terça-feira, 29 de julho de 2014

1ª Pesquisa CBL - Mercado do Livro Digital no Brasil (jun/2013)

Acabei de dar uma olhada em uma pesquisa da CBL sobre o mercado do livro digital no Brasil, aparentemente feita com participantes do 4º Congresso Internacional CBL do Livro Digital, em junho de 2013) e achei interessante.

É uma pesquisa bastante direta, sem análises, apenas com percentuais e algumas respostas abertas, mas que indica como pensa uma boa parcela dos editores nacionais e que medidas estão tomando (ou não) em relação aos livros digitais.


Uma das últimas questões se refere à expectativa em relação ao tempo em que a venda de livros digitais superará a de livros impressos:


Eu entraria na porcentagem de pessoas que acreditam que a venda de livros digitais superará a de livros impressos em mais de dez anos, pois muitos leitores ainda preferem o livro impresso devido ao hábito - aprenderam e cresceram lendo livros impressos. 

As próximas gerações de leitores talvez já estarão completamente habituadas com esse formato para leitura desde a infância (e até terão preferência por ela, pela facilidade e praticidade e também pelo número de títulos digitais à disposição, que, provavelmente, será bem maior).  Como os preços dos tablets e e-readers também deverão estar muito mais acessíveis, assim como o preço dos próprios livros digitais, isso condicionará as vendas e o maior consumo.

Claro que escrevo isso no puro e descarado "achismo". Seria necessário uma análise muito mais apurada para afirmar qualquer coisa sobre esse mercado. Pretendo escrever sobre livros digitais mais para frente; ainda preciso ler e me informar melhor sobre o assunto.


5º Congresso Internacional CBL do Livro Digital


Programação:



9h00 - 9h30
Abertura Oficial
Karine Pansa - Presidente da CBL

9h30 - 10h30 - Palestra
"Burning the Page" A revolução dos livros digitais e o conteúdo em convergência
Jason Merkoski - Autor do Livro "Burning the Page" - gerente de desenvolvimento e, gerente de produto, foi primeiro evangelista de tecnologia da Amazon) - Estados Unidos

10h30 - 11h00
Coffee-break

11h30 - 12h30 - Painel
Em busca de um modelo de negócios para as livrarias independentes no universo digital
Oren Teicher - Presidente da ABA – American Booksellers Association - Estados Unidos
Jean Marie Ozanne - Ozanne (Editions Folies D’encre) - França


12h30 - 13h00 - Palestra
O BNDES é o novo Procult: incentivo à inovação no setor editorial.
Luciane Gorgulho - Chefe do departamento de economia da cultura do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Social - Brasil


13h00 - 14h30
Intervalo

14h30 - 16h00 - Painel
EPUB 3 e a revolução da Acessibilidade no mercado
José Borghino - Diretor de Política da IPA – International Publishers Association
Stephen King - Presidente do grupo DAISY - Inglaterra
Moderador: Pedro Milliet - Fundação Dorina Nowill - Brasil

16h00 - 16h30
Coffee-break


16h30 - 17h30 - Painel
Convergência entre mídias digitais e físicas nas bibliotecas
Olaf Eigenbrodt - Biblioteca Estadual e Univeristária Carl von Ossiestzky - Alemanha
Julia Bergman - Consultora, especialistas em bibliotecas digitais - Alemanha
* Programação sujeita a alterações




14h00 - 15h00 - Palestra
O Livro Digital na Educação


15h00 - 16h00 - Palestra
Direitos Autorais na questão do livro digital
Dr. Carlos Fernando Mathias
Dr. Manoel J. Pereira dos Santos

16h00 - 16h30
Coffee-break

16h30 - 17h00
Apresentação dos trabalho científico

17h00 - 18h00 - Painel
Compartilhando experiências sobre o universo do livro digital
José Luiz Verdes - CEO da Manuscritics - Espanha
Carme Fenoll - Bibliotecária- Chefe do Serviço de Bibliotecas da Calaluña - Espanha
Moderadora: Rosa Sala - CEO da Digital Tangible - Espanha

18h00 - 18h30
Encerramento | Comissão do livro digital
Local: Auditório Elis Regina - Palácio das Convenções do Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1209 - São Paulo


* Programação sujeita a alterações



Apresentação dos Trabalhos Científicos
21 de agosto, das 14h às 17h
Local: Hotel Holiday Inn - Sala Jacarandá Paulista
Professor Milton Rodrigues, 100

Apresentação dos Cases
24, 26, 27 e 28 de agosto, das 16h30 às 20h30
Local: Auditório da Escola do Livro / 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
VALORES PARA INSCRIÇÃO

ASSOCIADOS CBL
    2 dias
  Após 1/06   R$ 940,00


Associados de entidades congêneres,
bibliotecários, professores e estudantes

    2 dias
  Após 1/06   R$ 1.120,00


Não-associados
    2 dias
  Após 1/06   R$ 1.260,00


Descontos para Grupos
  6 a 10 participantes   5% sobre o valor total
  11 a 20 participantes   10% do valor total
  21 ou mais   15% sobre o valor total

* Para inscrição de grupos acima de 40 ou mais participantes entre em contato por e-mail digital@cbl.org.br 
Link para fazer a inscrição: http://www.congressodolivrodigital.com.br/site2014/inscricoes
Link oficial do evento: http://www.congressodolivrodigital.com.br/site2014/home

Tendências do mercado editorial 2014 - Business Club/ Frankfurter Buchmesse

Há mais ou menos duas semanas recebi por e-mail, via comunidade "Frankfurter Buchmesser" (Feira do Livro de Frankfurt) do LinkedIn, um relatório feito por Rüdiger Wischenbart, do Business Club, um grupo ligado à Feira de Frankfurt, com as tendências em publicação de 2014.

Para acessar o relatório completo (em inglês), clique aqui. É preciso preencher alguns dados, enviam um e-mail de confirmação por e-mail e depois é só baixar o arquivo.

A leitura vale a pena para se ter uma ideia do contexto do mercado editorial mundial atual e quais os desafios que vêm pela frente. É interessante também porque o autor detalhou um pouco o que está acontecendo no mercado editorial em países emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Compartilho abaixo algumas informações interessantes.

Considerando a indústria do entretenimento, o mercado de livros ocupa o primeiro lugar em relação a vendas - considerando livros de educação e "STM" (sigla, em inglês, para Ciência, Tecnologia e Medicina/Saúde).


Em economias emergentes, o mercado de livros e de publicação tem crescido nos últimos vinte anos. Nesse tempo, a China se tornou o segundo maior mercado de livros, atrás apenas dos Estados Unidos. O Brasil ocupa a nona posição.


Mapeamento do tamanho do mercado e a publicação de novos títulos relacionada ao PIB per capita nos 23 maiores mercados editoriais mundiais:

[Clique duas vezes no quadro para aumentá-lo]

O mercado ainda é dominado por poucos países, principalmente europeus e de linhagem anglo-saxônica, Japão e Coreia. É interessante notar que a Noruega aparece no mapa acima como um dos países que mais lançam livros por ano e onde as pessoas gastam mais com livros, mas isso ocorre porque o governo destina os lucros de óleo extraído no Mar do Norte para financiar a cultura do país.

Wischenbart afirma que é bastante improvável que leitores em países como Índia e Indonésia tenham uma livraria em cada esquina, assim como o crescente número de leitores em São Paulo, Beijing ou Guadalahara fique esperando que centros de distribuição de livros impressos se desenvolvam ou que esses leitores descubram novos títulos em resenhas de livros em jornais e revistas impressos. O mais provável é que, cada vez mais, para contornar a dificuldade de acesso aos livros e também o alto custo deles, leitores busquem alternativas digitais - ou seja, a tendência é que a leitura se expanda por meio de smartphones e tablets (que provavelmente ficarão cada vez mais baratos).

Ainda segundo o informativo, os leitores estão adotando mais a leitura de e-books, sendo essa tendência  liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, o que provavelmente resultará na necessidade de editoras se unirem a empresas de comunicação e tecnologia para que seus livros tenham visibilidade e sejam melhor distribuídos.

A seção em que Wischenbart fala sobre os países do BRIC é especialmente interessante. Ele faz uma breve análise da situação atual do mercado editorial nesses países em crescimento econômico, o que se reflete no interesse e na busca da emergente classe média por educação (e livros). 

Brasil: há empresas estrangeiras investindo no país; a Amazon, que abriu uma loja virtual por aqui em 2012, mostrou interesse em participar de licitações para venda de livros didáticos para o governo, uma vez que tablets foram distribuídos para professores (e talvez daqui um tempo os alunos de escolas públicas também recebam o aparelho). Carlo Carrenho, da Publishnews, afirma que os editores precisam entender melhor seus consumidores, melhorar práticas profissionais, ter mais ofertas de conteúdo digital e modelos de negócios mais modernos se quiserem alcançar o "novo consumidor brasileiro" e aumentar sua participação no mercado.

Rússia: tem problemas de distribuição de livros físicos por conta do tamanho do país e também com pirataria de e-books; por conta da crise econômica, a maior distribuidora de livros do país faliu em 2012.

Índia: assim como no Brasil, há empresas estrangeiras investindo no país e o mercado também está sendo impulsionado pelo interesse das pessoas em educação; a autopublicação está ganhando cada vez mais importância, liderada pela Amazon; apesar de a compra de tablets e smartphones ter diminuído, os e-books estão em alta.

China: de acordo com fontes do governo chinês, a China é o segundo maior mercado de livros em tamanho, perdendo apenas para os Estados Unidos e vem mostrando um crescimento contínuo; a publicação de livros digitais é focada na educação; a publicação e leitura de livros digitais estão atreladas ao acesso do consumidor a tablets e smartphones e também ao rápido aumento do e-commerce.

A venda de e-books tem se tornado bastante rentável, ao menos para os grupos editoriais maiores, como Penguin Random House, Hachette, HarperCollins, Mcmillan e Simon & Schuster. O autor reconhece que é mais difícil levantar dados sobre e-books, mas chegou aos seguintes números:

Em 2013, nos Estados Unidos, do total de vendas de livros, 21% foram de e-books; no Reino Unido, no mesmo ano, a venda de e-books representou 15%; na Alemanha, esse número ficou em 3,9%. Então, aparentemente, a venda de e-books varia muito dependendo do país e também do gênero de publicação, uma vez que os gêneros estão cada vez mais divididos em categorias e subcategorias.

A publicação de livros impressos está em declínio quase universalmente, mas apenas alguns mercados conseguem compensar essa perda por meio do crescimento de produtos digitais.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Livros, Editoras & Projetos


Título: Livros, Editoras & Projetos
Autores: Plinio Martins Filho (org.), Jerusa Pires Ferreira, Jacó Guinsburg e Maria Otilia Bocchini
Editora: Ateliê Editorial
Formato: 16x16 cm
Nº de páginas: 120
Ano de publicação: 2007 (3ª edição)

***

Apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1997, este livro contêm muitas informações úteis e ainda válidas para quem trabalha no mercado editorial ou se interessa pelo assunto, além de conter várias referências a outros livros e estudos da área.

No primeiro capítulo, "A proposta", Jerusa Pires Ferreira, professora livre-docente da ECA-USP, escreve sobre a importância de se discutir e pensar o processo de produção do livro e cita várias referências.

Em "O editor e o projeto" (meu capítulo preferido), Jacó Guinsburg, professor da ECA-USP e da FFLCH, fundador e diretor da Editora Perspectiva, discorre sobre o papel e importância do editor, editoras universitárias, a dificuldade de se administrar uma editora com esse perfil e suas experiências como editor dos projetos da Editora Perspectiva.

Gostei muito e me identifiquei com esse trecho do Jacó Guinsburg (p. 43):

Uma editora não é apenas uma opção profissional. É uma opção de vida também, porque o livro é mais ou menos como aquela coisa do cacau de Jorge Amado: pega no pé da gente. É o visgo que pega no pé da gente. Quem trabalha com livros, dificilmente sai da área, porque há todo um envolvimento que eu sequer poderia objetivar. Um envolvimento que decorre de muitos aspectos, e do qual surge, tanto para os que atuam no campo da produção, como para aqueles que trabalham mais especificamente na realização gráfica, na distribuição comercial ou nas tarefas da editoração, um apelo que é muito grande. Conheço, mesmo, pessoas com trinta, quarenta, cinquenta anos em todas essas áreas de produção de livros, e que mantêm seu interesse, seu entusiasmo até pela natureza desse objeto que é tão imaterial. [...]

O capítulo "A relação produtor/editor" foi escrito por Plinio Martins Filho, professor do curso de Produção Editorial da ECA-USP e diretor editorial da Edusp, além de ter atuado como produtor, revisor e diagramador, principalmente da Editora Perspectiva. Aqui, Plinio conta um pouco sobre a concepção e produção da coleção Debates e da coleção Estudos e sobre as praticidades e eventuais problemas de se editar coleções, como, por exemplo, a economia em projeto (em uma coleção, todos os livros precisam ter o mesmo formato e apresentar o mesmo projeto) e a necessidade de pensar na coleção como um todo, incluindo o formato de papel a ser utilizado para que haja o máximo de aproveitamento. Para se imprimir livros, há formatos de papel padrão (66x96 cm ou 87x114 cm, entre outros) e, dependendo do formato do livro, um formato de papel é mais indicado que outro, visando seu maior aproveitamento; por exemplo, para se produzir livros em formato 16x23 cm, o formato mais indicado é o 66x96 cm.

Em seguida, Plinio explica sobre dois tipos de montagem do livro: o linotipo e a composer, que, para falar a verdade, não entendi direito, e que, pelo que sei, não são mais comumente utilizados. O que acontece hoje em dia, que pude presenciar em visitas a três gráficas, é o seguinte: a editora envia o arquivo em alta resolução no formato PDF (geralmente diagramado no programa InDesign pelo designer) e, a partir desse arquivo, são gravadas "chapas" com o conteúdo do livro e essas chapas são utilizadas em grandes impressoras para impressão de tiragens a partir de 500 exemplares - tiragens menores que isso têm um preço muito alto e, em geral, não compensam para a editora. E, também, hoje em dia tiragens menores (em geral, a partir de 10 exemplares, embora algumas gráficas trabalhem com um número ainda menor) são impressas em "gráficas digitais". Esse tipo de gráfica nem chega a gravar chapas; o livro é rodado em impressoras especiais e o livro tem o mesmo resultado e aparência do livro impresso em offset (em grandes impressoras). Portanto, penso que essa parte do texto precisaria ser atualizada.

Em "Projetos editoriais em laboratório", Maria Otilia Bocchini, professora da ECA-USP, conta sobre a experiência e dificuldades de se manter uma editora-laboratório, como é o caso da Com-Arte, que faz parte do curso de Produção Editorial da ECA. Não sei como está este laboratório atualmente, mas ela conta que havia várias dificuldades a ser superadas para que o laboratório continuasse funcionando e para que os alunos tivessem um contato com a área em que atuariam. A Com-Arte chega a publicar livros "de verdade", produzidos pelos próprios alunos, com supervisão de professores. Pessoalmente, acho a experiência superválida, uma vez que muitos alunos ali vão atuar em editoras de livros depois de formados.

Por fim, Jerusa Ferreira, que assinou o primeiro capítulo, encerra o livro com um texto-resumo sobre um trabalho com editoras populares do Brás, que editam livros com forte apelo para as camadas mais "populares", como é o caso, por exemplo, de operários. Entre os livros mais vendidos dessas editoras estão livros de significado dos sonhos, de santos, romances (imagino que do tipo Julia e Bianca) e guias para autoaprendizado (como aprender a lutar karatê, por exemplo). Hoje em dia talvez o perfil dessas editoras tenha mudado um pouco (considerando que a 1ª edição deste livro foi publicada em 1997 e a 3ª edição em 2007), pois houve um aumento do poder aquisitivo dessas camadas da população nos últimos anos e, talvez, agora haja uma maior exigência em relação aos produtos/livros a ser consumidos ou mesmo uma alteração no gosto/demanda desse tipo de público.

Gostei muito da leitura e recomendo.


Vaga para assistente editorial - Universitário Sistema Educacional

Vaga visualizada na comunidade "Profissionais do Mercado Editorial" do LinkedIn: 

"Temos uma vaga de assistente editorial no Universitário Sistema Educacional. Caso seja de seu interesse participar do processo seletivo envie o curriculum atualizado com o último salário. Obrigada!"

E-mail para envio de currículos: 
vagas@universitariobrasil.com.br

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Vaga para assistente editorial - NVersos Editora

A NVersos Editora está contratando um Assistente Editorial. O profissional contratado vai assessorar o supervisor editorial; atuando na revisão de textos; batida de emendas; contatos com autores; e demais atividades pertinentes à função. Interessados devem enviar currículo com pretensão salarial para leticiahowes@nversos.com.br, colocando “Assistente editorial” no título da mensagem.

Vaga visualizada originalmente aqui.

Obs.: Entrei no site da NVersos e gostei dos títulos. A editora fica na Av. Paulista, 949 - 9º andar (local perfeito para se trabalhar, não? Daria para pegar um cinema depois do trabalho várias vezes na semana).

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ser Feliz - Will Ferguson



Título: Ser Feliz
Título original: Happiness
Autor: Will Ferguson
Tradutor: Manoel Paulo Ferreira
Editora: Companhia das Letras
Ano de publicação: 2003
Nº de páginas: 398

***

Comecei a ler esse "romance satírico" (não sei de que outra forma denominá-lo) com bastante interesse, mas, depois de um tempo, a leitura foi ficando cansativa, por isso demorei um bom tempo para concluí-la. De qualquer forma, foi uma leitura divertida, pois algumas passagens descrevem como funcionam os bastidores de editoras do mundo real.

Edwin de Valu é um editor de livros de autoajuda em uma editora americana chamada Panderic. Em uma reunião com mr. Mead, editor-chefe/dono da editora, por falta de ideias, comenta que um dos milhares de originais de livros que recebeu pode ser o novo best-seller: O que aprendi na montanha. Ao falar de forma falsamente empolgante sobre esse projeto/livro, mr. Mead se convence e tem interesse em discuti-lo melhor posteriormente.

O livro, escrito pelo misterioso Tupak Soiree, um calhamaço com diversos tipos de ideias e instruções sem pé nem cabeça sobre e para a vida, é publicado e logo vira um sucesso editorial. Edwin vira o "queridinho" da Panderic, por ter encontrado um livro que se tornou um best-seller e está rendendo milhões para a editora, e as pessoas, pouco a pouco, começam a ser "contaminadas" pelas ideias do guru, passam a buscar uma vida mais simples, livre de vícios e mais saudável, e a exercitar os sentimentos e as ações mais nobres de que o ser humano é capaz. O mundo vira de cabeça para baixo e o capitalismo passa a não fazer mais sentido.

A razão de termos tantos livros de autoajuda é que eles não funcionam! Se alguém escrevesse um que realmente funcionasse, eu perderia o emprego, droga!

Até aqui, o livro até que é divertido, mas depois que Edwin, seu chefe e um outro autor passam a perseguir Tupak Soiree para saber sua identidade real e o que está por trás de O que aprendi na montanha, comecei a ficar entediada e tive a sensação de que o autor não sabia mais que rumo dar à história. As piadinhas também começaram a cansar.

Apesar de não ter me empolgado durante toda a leitura, o livro vale a pena por todas as tiradas e comentários irônicos feitos a respeito da indústria editorial, de livros de autoajuda e de pessoas que consomem esse tipo de livro. Faz rir, mas também faz pensar um pouco.

Como foi o concurso para assistente editorial das Edições SESC...

No domingo passado (6 de julho), fui fazer um "concurso" para a vaga de assistente editorial das Edições SESC. A rigor, não sei se pode ser chamado de "concurso", pois o SESC é uma empresa privada, mas o formato do processo seletivo é bem semelhante a um concurso e é válido por dois anos (quem for selecionado pode ser chamado dentro desse período máximo).

Primeiro, me inscrevi para a vaga por meio deste site. A primeira etapa consistia na análise dos currículos para ver se os candidatos atendiam às exigências básicas, que, se não me engano, eram ter curso superior em qualquer área e experiência  de no mínimo seis meses como tradutor, preparador de texto, revisor ou assistente editorial. Quem fosse selecionado nessa primeira etapa, passaria para as próximas.

Algum tempo depois, recebi e-mails sobre as etapas seguintes, que consistiriam em:

- Etapa 2 - prova de "conhecimentos gerais e específicos", com alternativas;

- Etapa 3 - prova escrita de tradução, preparação e revisão de texto;

- Etapa 4 - prova de redação sobre um tema específico relacionado à publicação.

Essas etapas aconteceram no último domingo, na Universidade Estácio, perto da estação de metrô Saúde, zona sul de São Paulo. 

Para a prova de tradução, foi liberado o uso de dicionário monolíngue (inglês, francês ou espanhol), então levei o meu Webster's na mochila...

É do tamanho do Houaiss... :o)

Cheguei no local da prova umas 9h10, fui procurar meu nome em listas afixadas em uma parede (calculo que, no total, havia 1.500 nomes nas listas, mas como faltou um tanto de gente, chuto que umas mil pessoas estavam lá) e depois fui para a sala - como havia só um acesso para as salas, por uma escada, a entrada estava meio tumultuada. A prova estava programada para começar às 9h30, mas só começou às 10h40. Provavelmente porque não havia pessoal suficiente para conferir se todos os dicionários dos candidatos eram monolíngues. Um dicionário de uma garota da minha sala não pôde ser usado (vi que era um de espanhol chamado Señas). Então a prova foi das 10h40 até 14h40, porque a duração máxima era de quatro horas. Se eu soubesse que ia demorar tanto, teria levado um livro. O monitor que estava na sala disse que nunca tinha visto um atraso desses. Nem eu.

Observei os outros candidatos e a maioria parecia estar na mesma faixa etária que eu (vinte e tantos ou trinta e poucos). Um ou outro era um pouco mais velho que isso.

A prova não estava "difícil", mas era bastante trabalhosa. É bom porque já testa a paciência e resiliência do candidato também (algumas pessoas que estavam na minha sala saíram depois de uma hora e meia, duas horas de prova). A mais simples era a de conhecimentos gerais, com alternativas - eram 25 questões no total, e depois precisávamos passar as respostas para a folha de gabarito. Lembro de algumas questões, por exemplo, quem fundou a Companhia Editora Nacional, qual a ordem de organização de um livro (folha de rosto, índice, sumário etc.), quem foi o maior crítico da Semana de 1922, uma pergunta sobre teatro, incluindo Augusto Boal, uma pergunta sobre cinema sobre filmes do Eduardo Coutinho, uma pergunta sobre quem não havia se apresentado no SESC (sendo que algumas opções eram Pina Bausch e Kazuo Ohno) e outra com um trecho de um livro de sociologia/antropologia que deduzi ser do livro Raízes do Brasil, do Sérgio Buarque de Holanda. Eu achava que nessa prova haveria perguntas mais "técnicas", sobre formato de livros, diagramação e tal, embora eu não tenha estudado nada e não saberia muito sobre isso.

As provas de preparação de texto, revisão e tradução (Etapa 3) foram as mais trabalhosas e cansativas. Na prova de preparação, foi preciso grifar tudo que seria alterado e, na folha seguinte, passar a limpo todo o texto já com as intervenções (eu quis morrer), a de revisão até que foi "normal", bastava fazer as intervenções (com marcas de revisão) no texto digitado. A de tradução estava razoavelmente tranquila,  o duro era o tempo que levava para passar o texto traduzido a limpo na folha de resposta.

A prova de redação foi sobre "direitos autorais" e devo ter feito em 40 minutos, porque deixei para fazer por último. Boa não ficou, mas pelo menos consegui escrever entre 25 e 40 linhas.

Sinceramente, não sei se conseguirei passar para a próxima etapa, porque minha redação ficou meio caótica. Conseguiria escrever algo melhor se tivesse mais tempo e menos cansaço. No entanto, só pela experiência, já valeu. Nunca imaginei que pudesse existir concurso para assistente editorial...

Os candidatos que passarem dessas fases (o resultado sai daqui a umas três semanas, no site), serão chamados para fazer uma entrevista (Etapa 5) e, quem passar dessa fase, passará por uma "avaliação de perfil" (Etapa 6), com atividades individuais ou em grupo. 

Me inscrevi para ver no que dava, porque, para dizer a verdade, estou satisfeita com o meu trabalho atual, não estou desesperada para sair nem nada. A única coisa que me incomoda é o tempo que levo para ir e voltar todos os dias (dá quase quatro horas; dependendo do dia e do trânsito, mais que isso); eu durmo e leio nesse tempo, mas, mesmo assim, é cansativo. Meu sonho seria ter um trabalho que ficasse perto o suficiente da minha casa para poder ir e voltar a pé. Ficando até uma hora de caminhada da minha casa seria "perto". Mas isso é querer demais, eu sei. Então, no médio prazo, eu só quero um trabalho um pouco mais perto de casa mesmo.

Se eu passar para as próximas etapas, depois eu conto. ;)

Para quem estiver lendo este post e também tiver feito a prova, boa sorte!

domingo, 13 de julho de 2014

Cursos - Universidade do Livro - julho e agosto/2014

Preparação e revisão: o trabalho com o texto - julho 2014

Carga Horária: 12 horas
Data: 15 a 18 de julho de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 14/07/2014 ou enquanto houver vagas.
Valor: R$ 495 ou R$ 396 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui


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O 'passo a passo' da produção editorial: acompanhamento dos trabalhos de edição do livro - julho 2014
Carga Horária: 12 horas
Data: 21 a 24 de julho de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 20/07/2014 ou enquanto houver vagas. 
Valor: R$ 495 ou R$ 396 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.


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Como montar e manter uma pequena editora - julho 2014

Carga Horária: 9 horas
Data: 29 a 31 de julho de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 28/07/2014 ou enquanto houver vagas. 
Valor: R$ 488 ou R$ 391 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.

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Avaliação de dicionários - agosto 2014

Carga Horária: 12 horas
Data: 05 a 08 de agosto de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 04/08/2014 ou enquanto houver vagas.
Valor: R$ 495 ou R$ 396 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.

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Indesign 6 básico para iniciantes - agosto 2014

Carga Horária: 24 horas
Data: 12 a 14 de agosto de 2014
Horário: 09h as 18h
Inscrições até: 11/08/2014 ou enquanto houver vagas.
Valor: R$ 1.367 ou R$ 1.093 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.

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O mercado de trabalho das editoras - agosto 2014

Carga Horária: 9 horas
Data: 18 a 20 de agosto de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 17/08/2014 ou enquanto houver vagas. 
Valor: R$ 488 ou R$ 391 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.

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Virando a página: mudanças no negócio editorial e transformações na publicação de conteúdos - Formação a Distância

Carga Horária: 30 horas
Data: 10 de setembro a 12 de novembro de 2014
Inscrições até: 04/09/2014 ou enquanto houver vagas. 
Valor: R$ 345

Mais informações aqui.