quinta-feira, 28 de abril de 2016

O tradutor e suas relações com os editores (e vice-versa) - Casa Guilherme de Almeida

19 de Maio de 2016 | 19h
Por Jiro Takahashi
O trabalho da tradução literária não se encerra com a finalização do texto a ser entregue à editora. O processo editorial pelo qual passa a tradução até a publicação continua requerendo, na melhor das hipóteses, a atuação do tradutor, em diálogo com os editores. O palestrante comentará a relação entre o trabalho de tradução e de edição com base em sua longa experiência como editor.

Esta atividade poderá contar como crédito de horas para o Programa Formativo para Tradutores Literários.

Jiro Takahashi atua no mercado editorial desde 1966. Iniciou na Editora Ática, participando da criação de novos conceitos de Livro de Professor eSuplementos de Trabalho, das séries Vaga-LumePara Gostar de Ler e Autores Brasileiros. Atuou, também, na direção editorial da Abril Educação, Nova Fronteira, Ed. do Brasil, Ediouro e Editora Prumo/Rocco. Atualmente é editor executivo da Nova Aguilar. Fundou a Editora Estação Liberdade em 1990. É mestre em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e leciona nos cursos de Letras, Tradutor e Intérprete, do Unibero/Kroton, na Faculdade Paulista de Artes e em cursos de pós-graduação em gestão empresarial da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).

Para se inscrever para esta palestra, clique aqui.


PROGRAMA

Estão previstas as seguintes palestras até o final do ano:

30 de junho: “Tradução de história em quadrinhos”, por Jotapê Martins

28 de julho: “Tradução de literatura brasileira no exterior”, por Antonio Dimas

5 de agosto: "Tradução como imersão na textualidade", por Lenita Rimoli Esteves

25 de agosto: “Tradução de literatura infanto-juvenil”, por João Azenha

29 de setembro: “Tradução e psicanálise”, por Viviane Veras

28 de outubro: “Tradução e filosofia”, por Simone Homem de Mello

24 de novembro: “Os estudos da Tradução e a universidade”, por John Milton

08 de dezembro: “Tradução e direitos autorais”, por Luciana Arruda

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Produção editorial - curso a distância - Universidade do Livro

Para ver as informações no site da Unil (Universidade do Livro) e/ ou fazer a inscrição, clique aqui.

Produção editorial


Carga horária: 42 horas
Formação a distância
Data: de 31 de maio a 30 de agosto de 2016
Inscrições até: 29/05/2016 23h30
R$ 420,00

Datas

de 31 de maio a 30 de agosto de 2016

Público-alvo

Todos os interessados pelo mercado editorial (iniciantes e profissionais em busca de atualização): editores; assistentes editoriais; preparadores; revisores; estudantes de comunicação, editoração, jornalismo e letras; empreendedores e futuros empreendedores; bibliotecários; profissionais e futuros profissionais de editoras.

Conteúdo

São abordados no curso: o relacionamento entre os vários departamentos de uma editora; as responsabilidades dos produtores editoriais; os trabalhos extratextuais (capa, contracapa, orelha, folha de rosto etc.); os trabalhos com o texto (provas, diagramação, tradução, preparação, revisão etc.); o relacionamento com os vários profissionais envolvidos no processo, estes, entre outros tópicos fundamentais a serem levados em conta na busca da qualidade na elaboração de um livro.

Objetivos

Permitir ao aluno acompanhar em detalhe todos os passos da produção editorial e adquirir uma visão abrangente da edição de um livro. O aluno, ao longo do curso, é levado a refletir sobre os principais aspectos e questões do processo de produção no contexto geral do funcionamento de uma editora, do momento em que é definida a realização de uma obra até a entrega dos arquivos completos do livro à produção gráfica.

Metodologia

INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Este curso requer uma dedicação de, ao menos, 3 horas semanais para o estudo dos conteúdos e a realização dos exercícios.
A partir de 31 de maio, a cada 3ª. feira (a partir das 14h), estará disponível uma nova aula na plataforma, até o término do curso (30 de agosto de 2016).

Lembramos que:
  1. a inscrição nos cursos (presencial e/ou online) é pessoal e intransferível;
  2. em caso de desistência, favor comunicar via e-mail: unil@editora.unesp.br e
  3. não aceitaremos desistências a partir da AULA 3.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Para a aprovação do curso o aluno deverá, por meio da plataforma:

  1. realizar as atividades sugeridas;
  2. realizar 70% do total de exercícios indicados durante as aulas e
  3. obter nota igual ou superior a 7,0 (sete).
Observação: A inobservância dos critérios apresentados acarretará a não conclusão do curso.

CERTIFICADOS

Terão direito ao certificado de conclusão do curso de extensão os cursistas que tiverem aproveitamento satisfatório, conforme disposto no item 5.1 do “Manual do Cursista” (disponível na plataforma do curso), e que obtiverem nota igual ou superior a 7,0 (sete). Os concluintes receberão certificado digital com sua nota e o total de horas correspondentes ao curso, expedidos pela Fundação Editora da Unesp. O prazo para impressão do certificado (disponível na plataforma) é de até 60 (sessenta) dias a partir da conclusão dos cursos pelos participantes e da correção da Avaliação Final (quando houver).

Docente

  • Foto
    Laura Bacellar
    Trabalha no mercado editorial desde 1983. Começou na Editora Paz e Terra como estagiária e já ocupou todas as funções editoriais – de produtora na Hemus a editora chefe na Brasiliense. Fundou e redigiu o primeiro selo editorial inteiramente dedicado às minorias sexuais, Edições GLS. Já foi editora em casas pequenas, como a Mercuryo, e grandes, como a Scipione. Sua especialidade é não-ficção, mas edita também paradidáticos, literatura adulta, literatura infantil e interesse geral. Escreveu três livros como ghostwriter e um com seu próprio nome Escreva seu livro – guia prático de edição e publicação, pela Editora Mercuryo. Adaptou cinco clássicos do inglês, Robinson Crusoé, Drácula, Sherlock Holmes, Frankenstein e Rei Artur, para a editora Scipione e escreveu uma outra obra infantil, Mini Larousse da educação no trânsito, para a Larousse do Brasil em 2005, Mantém o site www.escrevaseulivro.com.br, que é bastante utilizado por editores para instruir autores que os procuram. Atualmente trabalha como free-lancer para várias grandes editoras.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

MBA em Book Publishing - Primeiras aulas, primeiras impressões



Várias pessoas me perguntaram sobre o MBA em Book Publishing que estou fazendo, então vou escrever um pouco sobre as primeiras aulas que tive e minhas impressões (bem pessoais e subjetivas). Desculpem, mas no momento é impossível responder e-mails individuais sobre as mesmas questões devido à falta de tempo.

Para falar a verdade, além da falta de tempo, também estava enrolando para escrever sobre o curso porque estava um pouco desanimada; o primeiro dia foi legal, mas as aulas seguintes ficaram aquém das minhas expectativas (que nem eram tão altas) e isso me desanimou. Uma vez alguém perguntou no grupo do WhatsApp se haviam passado alguma bibliografia e alguns responderam que não; aí comentei que achava superestranho o fato de não haver bibliografia nenhuma. Eu estava no trabalho, não dava para ficar conversando, aí, quando fui olhar de novo, havia mais de 60 mensagens... depois do meu comentário, alguém comentou que estava achando o curso "raso" e pelo menos metade da sala concordou, só teve uma pessoa que comentou que estava gostando de tudo ou algo nesse sentido. Senti um certo alívio, porque não era implicância minha. Havia mais gente achando o curso "raso". Apesar disso, as aulas do sábado passado (16/04) foram boas e voltei a me animar; não sei se isso teve a ver com a minha postura de não ligar muito também, quero dizer, eu havia decidido aproveitar o que me servisse e ignorar as coisas ruins e pronto. Uma amiga que está na primeira turma comentou que o curso fica melhor depois dos dois primeiros meses - espero que sim! E fiquei pensando que essa percepção de que o curso é "raso" tem a ver com o fato de muita gente já estar no mercado e algumas informações trazidas pelos professores não serem novidade, além de as pessoas ali terem frequentado faculdades boas e tradicionais (várias pessoas da USP e pelo menos três da Unesp), então a comparação com os cursos que já fizeram/ fizemos é inevitável e o nível de exigência, maior. E para mim, ainda, tem a comparação com o MBA em Gerenciamento de Projetos que fiz na FGV [e, diga-se de passagem, me custou o triplo do preço desse curso atual].

Bom, na minha turma há cerca de 40 pessoas e temos aula no Instituto Singularidades, perto da estação de metrô Faria Lima (descendo nessa estação, dá para chegar lá em 10/15 minutos), e não na Casa Educação, perto da estação Vila Madalena, onde inicialmente teríamos aula. Creio que a mudança, devido a uma cláusula do MEC (não entendi, mas ok), foi boa, porque as salas do Instituto Singularidades parecem ser muito mais amplas. Nos sentamos em grupo, porque as mesas são meio grandes e em formato de hexágono. Ainda não sei o nome de dois terços da sala porque, em geral, sento sempre com as mesmas pessoas.

Mais ou menos metade da sala já trabalha em editora e a outra metade quer trabalhar na área; tem também alguns aspirantes a escritores que gostariam de entender melhor como é esse mercado. Na sala, há mais mulheres que homens, e a maioria dos colegas estudou letras ou jornalismo. Tem um colega que era ou é da área de TI, mas que quer migrar para a área de publicação (ou talvez já trabalhe com isso de alguma forma), há um colega de vendas, outro de produção editorial que trabalha numa grande editora do Rio (aliás, além dele, que é do Rio, tem uma colega que vem de Minas só para as aulas), e dois que têm sua própria editora. De uma forma ou de outra, acho que todos ali gostam de ler e só por esse motivo já me sinto melhor do que me sentia no outro MBA, onde a maioria era da área de TI ou engenharia.

Até agora, tive quatro dias de aula e 8 aulas (na verdade 7, faltei em uma aula porque estava na Oficina de Tradução de Prosa (isso aqui)). A aula da manhã começa às 9h, há um intervalo para almoço entre 13h e 14h (há vários tipos de restaurantes na região; eu e o pessoal com quem saio para almoçar temos comido "pratos feitos", os PFs, por R$ 15~20), e depois temos a aula da tarde, até às 19h. Antes não tínhamos intervalo (!), ou seja, quatro horas seguidas de aula de manhã e cinco horas direto à tarde. Alguém pediu um intervalo na aula da manhã e na aula da tarde e agora temos uns 10/15 minutos de folga. É meio puxado, mas acho melhor assim do que ter menos horas de aula por dia e um cronograma mais extenso (aulas por dois anos e não por um ano e meio, por exemplo).

No dia 27/02, tivemos aula com a Laura Bacellar, que falou um pouco sobre o panorama do mercado editorial no Brasil, e com o Jiro Takahashi, que deu uma aula ótima sobre a história do livro no Brasil (parênteses: vários colegas comentaram que gostaram muito da aula dele; eu também gostei muito - isso parece ser meio unânime).

No dia 12/03, teríamos aula com o Jiro, mas ele teve um problema e não pôde ir, então tivemos duas aulas (= aula o dia inteiro) de "Produção de conteúdo para redes sociais", segundo o programa, e  que eu esperava que fosse uma aula de "marketing editorial". Achei essas aulas meio confusas e bem diferentes do que eu esperava (depois descobri que não era só eu); também não entendi por que não tivemos aula com alguém formado em marketing e que atuasse com marketing editorial (por exemplo, o coordenador de marketing da editora Darkside - acho as campanhas dessa editora, em geral, muito boas... e por trás de campanhas boas para promover os livros deve ter alguém muito bom). O que eu esperava: breve introdução sobre marketing (o que é marketing/ publicidade, de onde surgiu, como surgiu com força no Brasil etc.), quais são as práticas de marketing editorial que começaram a dar certo no exterior e no Brasil, o que não deu certo, o que está dando certo atualmente e qual a tendência/ que tipo de estratégias de divulgação as editoras estão usando hoje, cases de campanhas que deram certo e cases de campanhas que deram errado. O que tive (percepção totalmente pessoal): cases de projetos realizados pelo professor, vários sem relação com o mercado editorial, pois o foco dele parece ser o marketing político.

No dia 02/04, segundo o programa, teríamos aula com a Laura Bacellar e de "Produção de conteúdo para redes sociais", mas o horário bagunçou e nesse dia só tivemos aula com a Laura. Faltei na primeira aula porque fui para a Oficina de Tradução; fui só para a aula da tarde. Nesse dia, achei a aula meio monótona e tive a sensação de que não me acrescentou muito, porque muito da aula não era novidade (de onde vêm os originais, como editar o material da melhor forma possível, conhecer o público-alvo...), embora talvez tenha sido interessante para quem ainda não atua no mercado.

E no dia 16/04, sábado passado, tivemos aula com a Laura de novo e depois com o André Castro, que também é o coordenador do curso. Nesse dia, a aula da Laura foi bastante boa, sobre estratégias para buscar material que interesse a um determinado tipo de público e que possa virar livros, comentou sobre vários títulos que deram certo e outros que provavelmente são só "moda" e terão vida efêmera. A "cereja" da aula foi ela ter contado a história da editora que ela abriu, a Malagueta, focada no público lésbico, depois de pesquisar e avaliar bem o mercado, mas que acabou não dando certo. Todo mundo que pensa em ou quer abrir uma editora deveria fazer esse curso (!), para ter uma ideia mais realista do que é ter uma editora, do investimento necessário, do trabalho que dá e como administrar o negócio de forma sensata. A aula do André, de "Gestão financeira de editoras", foi bem produtiva. Já tive aula de "gestão financeira" no outro MBA, mas com os exemplos voltados especificamente para editoras consegui entender muito melhor, apesar de cálculo financeiro não ser o meu forte. Na aula que vem vamos aprender a trabalhar com planilhas... e estranhamente isso não me apavora.


O que não é tão legal:

1. O cronograma parece não ter muita lógica; temos aula de um assunto com um professor e depois vamos retomar esse assunto com o mesmo professor depois de várias semanas. Como houve a falta de dois professores, o cronograma ficou mais alterado/ bagunçado e não dá para saber quais aulas vamos certamente ter em quais dias.

2. Como já dito anteriormente, os professores não passam bibliografia para aprofundarmos os assuntos vistos em sala. Alguém comentou que na nossa área nem sempre tem bibliografia, mas, bom, não é verdade... devo ter uns 20 livros teóricos/ técnicos e uns mais bobinhos sobre edição e publicação em casa - e isso deve ser apenas uma pequeníssima parte do que é publicado sobre o assunto.

3. Não é uma coisa da qual estou reclamando, mas estranho muito o fato de não termos avaliação nem trabalhos. E não sei bem como será o TCC em grupo que teremos de entregar no fim do curso.


O que é legal:

1. Colegas que trabalham em outras editoras fazem comentários interessantes sobre a realidade de trabalho deles ou expõe opiniões sobre os assuntos da aula e isso é bastante enriquecedor. Consigo ir ampliando a minha noção do mercado.

2. Estar em contato com pessoas que atuam (ou querem atuar) na mesma área que eu e, aos poucos, ir fazendo novas amizades.

3. Creio que se eu juntar o que aprendi no outro MBA com o conteúdo específico desse curso, vou ter uma visão administrativa muito mais sólida.

4. Sempre tem café (para quem gosta de café) e bolo numa mesa dentro da sala de aula, para quem ficar com fome e ou tiver vontade.

5. As cadeiras são confortáveis (parece piada, mas fico imaginando ficar sentada numa cadeira desconfortável por nove horas em todo sábado de aula).

6. A escola é organizada; pelo menos me forneceram um atestado para a minha declaração de IR muito rápido e também vão providenciar carteirinha de estudante para todos que pediram.

7. Na aula passada, recebemos formulários para darmos feedback sobre os professores e as aulas.


E é isso. Escrevi tudo que me passou pela cabeça, minhas impressões e opiniões sinceras. Confesso ter desanimado também porque me passou pela cabeça ter me metido num curso meio "picareta" - cursos picaretas é o que não falta em São Paulo -, porque quem já está no mercado aprende tudo na prática e sente falta de aprender o ofício de forma mais disciplinada e aprofundada (incluindo eu), e tem pessoas desesperadas para entrar no mercado de livros... daí, para alguém preencher essa lacuna do mercado, oferecendo um curso focado nisso (seja lá como for), é um estalo. Mas não é o caso, ou pelo menos tive uma impressão melhor de tudo na última aula.

Deve ser igual me falaram mesmo: depois do segundo mês tudo melhora. Esperamos que sim, porque é muito investimento de dinheiro e, para mim, sobretudo, de tempo.

Caso tenham dúvidas ou perguntas, podem deixar nos comentários. Responderei assim que possível!


Update (06/06/2016): Continuei escrevendo mais sobre as aulas aqui.