quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Escreva seu livro / Dicas para novos autores

Há alguns dias recebi um e-mail da editora Laura Bacellar, que escreveu um livro chamado Escreva seu livro, com dicas para autores, sobre o qual escrevi aqui

Era uma mensagem para pessoas que provavelmente se inscreveram no site dela para receber atualizações por e-mail, em que ela informava que o site Escreva seu livro foi reformulado (e pode ser acessado aqui), pedia sugestões tópicos (dúvidas) de autores para que ela pudesse incluir em um material que ela está elaborando e, o mais legal: ela montou um e-book com dicas para autores novatos explicando a diferença entre editoras e prestadores de serviços ("editoras de autopublicação").

Li o e-book e achei bastante útil para autores que não têm ideia de como o mercado funciona. O e-book pode ser baixado gratuitamente pelo site (na página inicial, do lado direito há informações de como fazer isso), sendo necessário indicar um e-mail para confirmação.

***

Estou para escrever outros posts sobre vários assuntos relacionados à publicação, mas o tempo anda escasso. Assim que possível, compartilho.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Vagas - Editora do Brasil, Boitempo e GEN

Editora do Brasil, Grupo Gen e Editora Boitempo estão contratando
 
A Editora do Brasil está contratando editor de texto, assistente editorial, assessor pedagógico jr., analista de atendimento e auxiliar de divulgação. Os interessados em concorrer as vagas devem enviar currículo para ana.rh@editoradobrasil.com.br. O Grupo Gen está com uma vaga aberta para analista editorial. É exigida graduação concluída (ou próximo da conclusão) em letras ou produção editorial. Interessados devem enviar currículo para eliane.gomes@grupogen.com.br ou mariana.tuzzolo@grupogen.com.br. Já a Editora Boitempo está contratando vaga para auxiliar de estoque, com experiência anterior no mercado editorial. Os currículos devem ser enviados para vendas@boitempoeditorial.com.br.
 
 
Anúncio publicado originalmente aqui no PublishNews.

domingo, 10 de agosto de 2014

Miss Potter, Peter Rabbit e Ursinho Puff


Vi esse filme há algum tempo, gostei e quero compartilhar umas ideias. Ele mostra um pouco dos bastidores editoriais em relação a novos autores.

Apesar de a capa lembrar "Mary Poppins" e de (acredito eu) muita gente não ter ideia de quem raios é "Miss Potter", o filme é interessante. Trata-se da biografia meio romantizada e levemente cômica da autora e ilustradora inglesa Beatrix Potter (1866-1943).

Beatrix Potter

Beatrix Potter ficou famosa por seus livros infantis, sendo o mais famoso Peter Rabbit e seus amigos - esse livro teve uma versão para o cinema e também havia alguns episódios curtos que a TV Cultura exibia, talvez ainda exiba, mas eu não assistia porque achava chato, embora os traços dos desenhos fossem bonitos.




O filme pode ser visto no YouTube:


Beatrix vinha de uma família rica, sua mãe queria que ela se casasse - de preferência, com um rapaz da mesma classe social que ela -, no entanto, ela parecia mais interessada em escrever e ilustrar, pois alimentava o sonho de ver seus livros publicados.


Ela gostava de desenhar animais, provavelmente porque também gostava de observar seus animais de estimação e outros que ela via quando ia passar as férias no campo durante a infância.

Consta na Wikipédia (ou seja, o dado é incerto) que ela apresentou seu trabalho a várias editoras e tentou publicar seu primeiro livro 70 vezes, sendo que 69 tentativas falharam. No filme, podemos ver a resistência de dois irmãos editores, já meio velhos, em publicar os livros dela. No entanto, o irmão mais novo dos editores, Norman Warne, queria muito participar dos negócios da família e um dos irmãos acaba incumbindo-o de cuidar da edição e publicação do livro de Beatrix. Ele nunca havia publicado nada antes, mas mostra-se muito interessado em fazer aquilo dar certo. Há uma cena em que Beatrix e Norman aparecem na gráfica onde os livros seriam impressos e Beatrix pede uma alteração de cores - se não me engano, as cores das ilustrações estavam muito escuras e ela pede para suavizá-las.

[Trailer do filme:]


O primeiro livro, The Tale of Peter Rabbit (Peter Rabbit e seus amigos), acaba sendo um sucesso, os editores ficam felizes com as vendas, assim como Beatrix, e ela consegue comprar uma casa com o dinheiro dos direitos autorais. Algo bastante incomum para uma mulher no início do século XX, quando o mais "normal" seria arranjar um bom casamento e formar uma família.

 1ª edição (1902)

Depois de um tempo, Beatrix e Warne acabam ficando noivos em segredo, pois a família dela não queria que ela se casasse com um "comerciante", alguém de classe inferior. No entanto, um mês após o pedido de noivado, ele morre e Beatrix meio que entra em depressão, se recusa a sair de casa, mas continua trabalhando. A partir disso, a história se encaminha para um final feliz, mas agora quero voltar ao momento em que a Beatrix apresenta seu trabalho a vários editores e ninguém quer publicar o trabalho dela. E por que não querem publicar?

Provavelmente porque os editores não viam potencial de venda naquele material, ainda que fossem "bonitinhos" e benfeitos. No entanto, um dos editores acreditou que introduzir livros infantis em seu catálogo poderia lhe render um pequeno lucro. No fim das contas, o livro acabou sendo um sucesso e gerando muitos lucros para a editora e também para Beatrix.

Quero chegar na questão: como é que os editores sabem quais livros têm potencial de vendas ou não?

Pois é, não sabem. A publicação da maioria dos livros são tiros no escuro. Acredito que nenhum editor consiga afirmar com certeza que a publicação de um novo autor (ou de um autor "desconhecido") vá ser um sucesso de vendas. Então a editora investe em livros de novos autores com a esperança de que o público goste. Se o público gostar e se as vendas forem boas, é provável que a editora continue se interessando e publicando outros livros desses autores. Se não, é mais provável que a editora recuse outros livros escritos por eles.

Mas existem casos improváveis também. Lembro de ter lido no livro Escola de tradutores, do Paulo Rónai (recomendo o livro!), que o tradutor Alexander Lenard (médico húngaro que depois veio morar no estado de Santa Catarina) havia traduzido O Ursinho Puff, livro infantil escrito por A. A. Milner e publicado em inglês pela primeira vez em 1926, para o latim e estava buscando um editor para esse material. Foi muito difícil encontrar um editor que topasse a empreitada, até que ele encontrou um e a tradução foi publicada em 1958 como Winnie Ille Pu. O livro foi um sucesso, ficou na lista mais vendidos do jornal New York Times por várias semanas e teve edições de capa dura e, se não me engano, mais luxuosas do tipo "especial de Natal" também. Não acreditam? Vejam a capa do livro abaixo:


Acredito que existem formas de minimizar o "prejuízo" e evitar que os livros fiquem encalhados por anos, às vezes, décadas, e que não se pagam (ou seja, alguns livros têm uma quantidade de vendas tão ruim que o valor gasto com revisores, designers, papel, gráfica etc. nunca é recuperado), mas isso também não é garantia de nada.

Algumas grandes editoras no Brasil usam o serviço de "olheiros" no exterior (na verdade, esse trabalho tem um nome específico que me escapa agora); são pessoas que ficam bastante antenadas no mercado editorial externo, observando e analisando quais títulos estão fazendo sucesso/ vendendo bastante e passam essas informações para as editoras brasileiras, para elas possam avaliar até que ponto seria vantajoso apostar em tais e tais títulos no Brasil, considerando o público da editora, o que editoras concorrentes estão publicando e que está dando certo, entre outros fatores.

Fiquei pensando que se eu tivesse de escolher quais títulos de autores novos (nacionais ou estrangeiros que não são conhecidos no Brasil) publicar, eu precisaria estabelecer alguns critérios, considerando o potencial de vendas e também a pressão da editora em relação às minhas escolhas (considerando que, teoricamente, eu seria paga para escolher os títulos com mais potencial para virar best-sellers e gerar mais lucros para a empresa). Fiquei pensando nisso e alguns dos critérios em que eu pensaria seriam esses:

1. O(a) autor(a) ganhou ou foi indicado(a) a prêmios literários nacionais importantes e, portanto, tem uma certa visibilidade na mídia;

2. Escreve razoavelmente bem (esse critério é para não dar tanta dor de cabeça na hora da edição e revisão; em geral, quanto pior a pessoa escreve, mais o livro demora a ser lançado e, dependendo da editora, não há tempo para "frescuras do autor" porque o livro precisa ser lançado em determinada data por questões comerciais);

3. O(a) autor(a) publicou textos com acesso gratuito na internet, tem um certo público que já conhece seu trabalho e que provavelmente compraria o livro caso fosse publicado;

4. No caso de livros estrangeiros, buscaria opiniões de leitores na Amazon ou na Good Reads (https://www.goodreads.com/) e analisaria se o conteúdo do livro tem chances de despertar interesse no público leitor brasileiro ou se as diferenças culturais (e até a dificuldade em traduzir o conteúdo de forma inteligível) seriam uma barreira para o livro decolar por aqui;

5. Entraria no site de grandes livrarias (Livraria Cultura, por exemplo) e no Skoob (www.skoob.com.br) para ver se há títulos com temática parecida e qual a aceitação e quais os comentários dos leitores a respeito desses livros;

6. Tentaria estar ciente das tendências de interesse e de consumo dos brasileiros em geral; por exemplo, há alguns anos, havia muita gente interessada em cultura japonesa, mangás, animês, literatura japonesa, cinema japonês, hoje em dia, tenho a impressão de que o interesse das pessoas está se voltando para a cultura coreana (por isso, aos poucos, livros de literatura coreana vêm sendo lançados, para a minha alegria :);

7. Pensaria em que tipos de canais os livros poderiam ser divulgados (em que blogs ou em que outro tipo de mídia a divulgação daria mais retorno);

8. Me desejaria sorte e que os livros fossem um sucesso de vendas. :)


terça-feira, 29 de julho de 2014

1ª Pesquisa CBL - Mercado do Livro Digital no Brasil (jun/2013)

Acabei de dar uma olhada em uma pesquisa da CBL sobre o mercado do livro digital no Brasil, aparentemente feita com participantes do 4º Congresso Internacional CBL do Livro Digital, em junho de 2013) e achei interessante.

É uma pesquisa bastante direta, sem análises, apenas com percentuais e algumas respostas abertas, mas que indica como pensa uma boa parcela dos editores nacionais e que medidas estão tomando (ou não) em relação aos livros digitais.


Uma das últimas questões se refere à expectativa em relação ao tempo em que a venda de livros digitais superará a de livros impressos:


Eu entraria na porcentagem de pessoas que acreditam que a venda de livros digitais superará a de livros impressos em mais de dez anos, pois muitos leitores ainda preferem o livro impresso devido ao hábito - aprenderam e cresceram lendo livros impressos. 

As próximas gerações de leitores talvez já estarão completamente habituadas com esse formato para leitura desde a infância (e até terão preferência por ela, pela facilidade e praticidade e também pelo número de títulos digitais à disposição, que, provavelmente, será bem maior).  Como os preços dos tablets e e-readers também deverão estar muito mais acessíveis, assim como o preço dos próprios livros digitais, isso condicionará as vendas e o maior consumo.

Claro que escrevo isso no puro e descarado "achismo". Seria necessário uma análise muito mais apurada para afirmar qualquer coisa sobre esse mercado. Pretendo escrever sobre livros digitais mais para frente; ainda preciso ler e me informar melhor sobre o assunto.


5º Congresso Internacional CBL do Livro Digital


Programação:



9h00 - 9h30
Abertura Oficial
Karine Pansa - Presidente da CBL

9h30 - 10h30 - Palestra
"Burning the Page" A revolução dos livros digitais e o conteúdo em convergência
Jason Merkoski - Autor do Livro "Burning the Page" - gerente de desenvolvimento e, gerente de produto, foi primeiro evangelista de tecnologia da Amazon) - Estados Unidos

10h30 - 11h00
Coffee-break

11h30 - 12h30 - Painel
Em busca de um modelo de negócios para as livrarias independentes no universo digital
Oren Teicher - Presidente da ABA – American Booksellers Association - Estados Unidos
Jean Marie Ozanne - Ozanne (Editions Folies D’encre) - França


12h30 - 13h00 - Palestra
O BNDES é o novo Procult: incentivo à inovação no setor editorial.
Luciane Gorgulho - Chefe do departamento de economia da cultura do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Social - Brasil


13h00 - 14h30
Intervalo

14h30 - 16h00 - Painel
EPUB 3 e a revolução da Acessibilidade no mercado
José Borghino - Diretor de Política da IPA – International Publishers Association
Stephen King - Presidente do grupo DAISY - Inglaterra
Moderador: Pedro Milliet - Fundação Dorina Nowill - Brasil

16h00 - 16h30
Coffee-break


16h30 - 17h30 - Painel
Convergência entre mídias digitais e físicas nas bibliotecas
Olaf Eigenbrodt - Biblioteca Estadual e Univeristária Carl von Ossiestzky - Alemanha
Julia Bergman - Consultora, especialistas em bibliotecas digitais - Alemanha
* Programação sujeita a alterações




14h00 - 15h00 - Palestra
O Livro Digital na Educação


15h00 - 16h00 - Palestra
Direitos Autorais na questão do livro digital
Dr. Carlos Fernando Mathias
Dr. Manoel J. Pereira dos Santos

16h00 - 16h30
Coffee-break

16h30 - 17h00
Apresentação dos trabalho científico

17h00 - 18h00 - Painel
Compartilhando experiências sobre o universo do livro digital
José Luiz Verdes - CEO da Manuscritics - Espanha
Carme Fenoll - Bibliotecária- Chefe do Serviço de Bibliotecas da Calaluña - Espanha
Moderadora: Rosa Sala - CEO da Digital Tangible - Espanha

18h00 - 18h30
Encerramento | Comissão do livro digital
Local: Auditório Elis Regina - Palácio das Convenções do Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1209 - São Paulo


* Programação sujeita a alterações



Apresentação dos Trabalhos Científicos
21 de agosto, das 14h às 17h
Local: Hotel Holiday Inn - Sala Jacarandá Paulista
Professor Milton Rodrigues, 100

Apresentação dos Cases
24, 26, 27 e 28 de agosto, das 16h30 às 20h30
Local: Auditório da Escola do Livro / 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
VALORES PARA INSCRIÇÃO

ASSOCIADOS CBL
    2 dias
  Após 1/06   R$ 940,00


Associados de entidades congêneres,
bibliotecários, professores e estudantes

    2 dias
  Após 1/06   R$ 1.120,00


Não-associados
    2 dias
  Após 1/06   R$ 1.260,00


Descontos para Grupos
  6 a 10 participantes   5% sobre o valor total
  11 a 20 participantes   10% do valor total
  21 ou mais   15% sobre o valor total

* Para inscrição de grupos acima de 40 ou mais participantes entre em contato por e-mail digital@cbl.org.br 
Link para fazer a inscrição: http://www.congressodolivrodigital.com.br/site2014/inscricoes
Link oficial do evento: http://www.congressodolivrodigital.com.br/site2014/home

Tendências do mercado editorial 2014 - Business Club/ Frankfurter Buchmesse

Há mais ou menos duas semanas recebi por e-mail, via comunidade "Frankfurter Buchmesser" (Feira do Livro de Frankfurt) do LinkedIn, um relatório feito por Rüdiger Wischenbart, do Business Club, um grupo ligado à Feira de Frankfurt, com as tendências em publicação de 2014.

Para acessar o relatório completo (em inglês), clique aqui. É preciso preencher alguns dados, enviam um e-mail de confirmação por e-mail e depois é só baixar o arquivo.

A leitura vale a pena para se ter uma ideia do contexto do mercado editorial mundial atual e quais os desafios que vêm pela frente. É interessante também porque o autor detalhou um pouco o que está acontecendo no mercado editorial em países emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Compartilho abaixo algumas informações interessantes.

Considerando a indústria do entretenimento, o mercado de livros ocupa o primeiro lugar em relação a vendas - considerando livros de educação e "STM" (sigla, em inglês, para Ciência, Tecnologia e Medicina/Saúde).


Em economias emergentes, o mercado de livros e de publicação tem crescido nos últimos vinte anos. Nesse tempo, a China se tornou o segundo maior mercado de livros, atrás apenas dos Estados Unidos. O Brasil ocupa a nona posição.


Mapeamento do tamanho do mercado e a publicação de novos títulos relacionada ao PIB per capita nos 23 maiores mercados editoriais mundiais:

[Clique duas vezes no quadro para aumentá-lo]

O mercado ainda é dominado por poucos países, principalmente europeus e de linhagem anglo-saxônica, Japão e Coreia. É interessante notar que a Noruega aparece no mapa acima como um dos países que mais lançam livros por ano e onde as pessoas gastam mais com livros, mas isso ocorre porque o governo destina os lucros de óleo extraído no Mar do Norte para financiar a cultura do país.

Wischenbart afirma que é bastante improvável que leitores em países como Índia e Indonésia tenham uma livraria em cada esquina, assim como o crescente número de leitores em São Paulo, Beijing ou Guadalahara fique esperando que centros de distribuição de livros impressos se desenvolvam ou que esses leitores descubram novos títulos em resenhas de livros em jornais e revistas impressos. O mais provável é que, cada vez mais, para contornar a dificuldade de acesso aos livros e também o alto custo deles, leitores busquem alternativas digitais - ou seja, a tendência é que a leitura se expanda por meio de smartphones e tablets (que provavelmente ficarão cada vez mais baratos).

Ainda segundo o informativo, os leitores estão adotando mais a leitura de e-books, sendo essa tendência  liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, o que provavelmente resultará na necessidade de editoras se unirem a empresas de comunicação e tecnologia para que seus livros tenham visibilidade e sejam melhor distribuídos.

A seção em que Wischenbart fala sobre os países do BRIC é especialmente interessante. Ele faz uma breve análise da situação atual do mercado editorial nesses países em crescimento econômico, o que se reflete no interesse e na busca da emergente classe média por educação (e livros). 

Brasil: há empresas estrangeiras investindo no país; a Amazon, que abriu uma loja virtual por aqui em 2012, mostrou interesse em participar de licitações para venda de livros didáticos para o governo, uma vez que tablets foram distribuídos para professores (e talvez daqui um tempo os alunos de escolas públicas também recebam o aparelho). Carlo Carrenho, da Publishnews, afirma que os editores precisam entender melhor seus consumidores, melhorar práticas profissionais, ter mais ofertas de conteúdo digital e modelos de negócios mais modernos se quiserem alcançar o "novo consumidor brasileiro" e aumentar sua participação no mercado.

Rússia: tem problemas de distribuição de livros físicos por conta do tamanho do país e também com pirataria de e-books; por conta da crise econômica, a maior distribuidora de livros do país faliu em 2012.

Índia: assim como no Brasil, há empresas estrangeiras investindo no país e o mercado também está sendo impulsionado pelo interesse das pessoas em educação; a autopublicação está ganhando cada vez mais importância, liderada pela Amazon; apesar de a compra de tablets e smartphones ter diminuído, os e-books estão em alta.

China: de acordo com fontes do governo chinês, a China é o segundo maior mercado de livros em tamanho, perdendo apenas para os Estados Unidos e vem mostrando um crescimento contínuo; a publicação de livros digitais é focada na educação; a publicação e leitura de livros digitais estão atreladas ao acesso do consumidor a tablets e smartphones e também ao rápido aumento do e-commerce.

A venda de e-books tem se tornado bastante rentável, ao menos para os grupos editoriais maiores, como Penguin Random House, Hachette, HarperCollins, Mcmillan e Simon & Schuster. O autor reconhece que é mais difícil levantar dados sobre e-books, mas chegou aos seguintes números:

Em 2013, nos Estados Unidos, do total de vendas de livros, 21% foram de e-books; no Reino Unido, no mesmo ano, a venda de e-books representou 15%; na Alemanha, esse número ficou em 3,9%. Então, aparentemente, a venda de e-books varia muito dependendo do país e também do gênero de publicação, uma vez que os gêneros estão cada vez mais divididos em categorias e subcategorias.

A publicação de livros impressos está em declínio quase universalmente, mas apenas alguns mercados conseguem compensar essa perda por meio do crescimento de produtos digitais.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Livros, Editoras & Projetos


Título: Livros, Editoras & Projetos
Autores: Plinio Martins Filho (org.), Jerusa Pires Ferreira, Jacó Guinsburg e Maria Otilia Bocchini
Editora: Ateliê Editorial
Formato: 16x16 cm
Nº de páginas: 120
Ano de publicação: 2007 (3ª edição)

***

Apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1997, este livro contêm muitas informações úteis e ainda válidas para quem trabalha no mercado editorial ou se interessa pelo assunto, além de conter várias referências a outros livros e estudos da área.

No primeiro capítulo, "A proposta", Jerusa Pires Ferreira, professora livre-docente da ECA-USP, escreve sobre a importância de se discutir e pensar o processo de produção do livro e cita várias referências.

Em "O editor e o projeto" (meu capítulo preferido), Jacó Guinsburg, professor da ECA-USP e da FFLCH, fundador e diretor da Editora Perspectiva, discorre sobre o papel e importância do editor, editoras universitárias, a dificuldade de se administrar uma editora com esse perfil e suas experiências como editor dos projetos da Editora Perspectiva.

Gostei muito e me identifiquei com esse trecho do Jacó Guinsburg (p. 43):

Uma editora não é apenas uma opção profissional. É uma opção de vida também, porque o livro é mais ou menos como aquela coisa do cacau de Jorge Amado: pega no pé da gente. É o visgo que pega no pé da gente. Quem trabalha com livros, dificilmente sai da área, porque há todo um envolvimento que eu sequer poderia objetivar. Um envolvimento que decorre de muitos aspectos, e do qual surge, tanto para os que atuam no campo da produção, como para aqueles que trabalham mais especificamente na realização gráfica, na distribuição comercial ou nas tarefas da editoração, um apelo que é muito grande. Conheço, mesmo, pessoas com trinta, quarenta, cinquenta anos em todas essas áreas de produção de livros, e que mantêm seu interesse, seu entusiasmo até pela natureza desse objeto que é tão imaterial. [...]

O capítulo "A relação produtor/editor" foi escrito por Plinio Martins Filho, professor do curso de Produção Editorial da ECA-USP e diretor editorial da Edusp, além de ter atuado como produtor, revisor e diagramador, principalmente da Editora Perspectiva. Aqui, Plinio conta um pouco sobre a concepção e produção da coleção Debates e da coleção Estudos e sobre as praticidades e eventuais problemas de se editar coleções, como, por exemplo, a economia em projeto (em uma coleção, todos os livros precisam ter o mesmo formato e apresentar o mesmo projeto) e a necessidade de pensar na coleção como um todo, incluindo o formato de papel a ser utilizado para que haja o máximo de aproveitamento. Para se imprimir livros, há formatos de papel padrão (66x96 cm ou 87x114 cm, entre outros) e, dependendo do formato do livro, um formato de papel é mais indicado que outro, visando seu maior aproveitamento; por exemplo, para se produzir livros em formato 16x23 cm, o formato mais indicado é o 66x96 cm.

Em seguida, Plinio explica sobre dois tipos de montagem do livro: o linotipo e a composer, que, para falar a verdade, não entendi direito, e que, pelo que sei, não são mais comumente utilizados. O que acontece hoje em dia, que pude presenciar em visitas a três gráficas, é o seguinte: a editora envia o arquivo em alta resolução no formato PDF (geralmente diagramado no programa InDesign pelo designer) e, a partir desse arquivo, são gravadas "chapas" com o conteúdo do livro e essas chapas são utilizadas em grandes impressoras para impressão de tiragens a partir de 500 exemplares - tiragens menores que isso têm um preço muito alto e, em geral, não compensam para a editora. E, também, hoje em dia tiragens menores (em geral, a partir de 10 exemplares, embora algumas gráficas trabalhem com um número ainda menor) são impressas em "gráficas digitais". Esse tipo de gráfica nem chega a gravar chapas; o livro é rodado em impressoras especiais e o livro tem o mesmo resultado e aparência do livro impresso em offset (em grandes impressoras). Portanto, penso que essa parte do texto precisaria ser atualizada.

Em "Projetos editoriais em laboratório", Maria Otilia Bocchini, professora da ECA-USP, conta sobre a experiência e dificuldades de se manter uma editora-laboratório, como é o caso da Com-Arte, que faz parte do curso de Produção Editorial da ECA. Não sei como está este laboratório atualmente, mas ela conta que havia várias dificuldades a ser superadas para que o laboratório continuasse funcionando e para que os alunos tivessem um contato com a área em que atuariam. A Com-Arte chega a publicar livros "de verdade", produzidos pelos próprios alunos, com supervisão de professores. Pessoalmente, acho a experiência superválida, uma vez que muitos alunos ali vão atuar em editoras de livros depois de formados.

Por fim, Jerusa Ferreira, que assinou o primeiro capítulo, encerra o livro com um texto-resumo sobre um trabalho com editoras populares do Brás, que editam livros com forte apelo para as camadas mais "populares", como é o caso, por exemplo, de operários. Entre os livros mais vendidos dessas editoras estão livros de significado dos sonhos, de santos, romances (imagino que do tipo Julia e Bianca) e guias para autoaprendizado (como aprender a lutar karatê, por exemplo). Hoje em dia talvez o perfil dessas editoras tenha mudado um pouco (considerando que a 1ª edição deste livro foi publicada em 1997 e a 3ª edição em 2007), pois houve um aumento do poder aquisitivo dessas camadas da população nos últimos anos e, talvez, agora haja uma maior exigência em relação aos produtos/livros a ser consumidos ou mesmo uma alteração no gosto/demanda desse tipo de público.

Gostei muito da leitura e recomendo.


Vaga para assistente editorial - Universitário Sistema Educacional

Vaga visualizada na comunidade "Profissionais do Mercado Editorial" do LinkedIn: 

"Temos uma vaga de assistente editorial no Universitário Sistema Educacional. Caso seja de seu interesse participar do processo seletivo envie o curriculum atualizado com o último salário. Obrigada!"

E-mail para envio de currículos: 
vagas@universitariobrasil.com.br

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Vaga para assistente editorial - NVersos Editora

A NVersos Editora está contratando um Assistente Editorial. O profissional contratado vai assessorar o supervisor editorial; atuando na revisão de textos; batida de emendas; contatos com autores; e demais atividades pertinentes à função. Interessados devem enviar currículo com pretensão salarial para leticiahowes@nversos.com.br, colocando “Assistente editorial” no título da mensagem.

Vaga visualizada originalmente aqui.

Obs.: Entrei no site da NVersos e gostei dos títulos. A editora fica na Av. Paulista, 949 - 9º andar (local perfeito para se trabalhar, não? Daria para pegar um cinema depois do trabalho várias vezes na semana).

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ser Feliz - Will Ferguson



Título: Ser Feliz
Título original: Happiness
Autor: Will Ferguson
Tradutor: Manoel Paulo Ferreira
Editora: Companhia das Letras
Ano de publicação: 2003
Nº de páginas: 398

***

Comecei a ler esse "romance satírico" (não sei de que outra forma denominá-lo) com bastante interesse, mas, depois de um tempo, a leitura foi ficando cansativa, por isso demorei um bom tempo para concluí-la. De qualquer forma, foi uma leitura divertida, pois algumas passagens descrevem como funcionam os bastidores de editoras do mundo real.

Edwin de Valu é um editor de livros de autoajuda em uma editora americana chamada Panderic. Em uma reunião com mr. Mead, editor-chefe/dono da editora, por falta de ideias, comenta que um dos milhares de originais de livros que recebeu pode ser o novo best-seller: O que aprendi na montanha. Ao falar de forma falsamente empolgante sobre esse projeto/livro, mr. Mead se convence e tem interesse em discuti-lo melhor posteriormente.

O livro, escrito pelo misterioso Tupak Soiree, um calhamaço com diversos tipos de ideias e instruções sem pé nem cabeça sobre e para a vida, é publicado e logo vira um sucesso editorial. Edwin vira o "queridinho" da Panderic, por ter encontrado um livro que se tornou um best-seller e está rendendo milhões para a editora, e as pessoas, pouco a pouco, começam a ser "contaminadas" pelas ideias do guru, passam a buscar uma vida mais simples, livre de vícios e mais saudável, e a exercitar os sentimentos e as ações mais nobres de que o ser humano é capaz. O mundo vira de cabeça para baixo e o capitalismo passa a não fazer mais sentido.

A razão de termos tantos livros de autoajuda é que eles não funcionam! Se alguém escrevesse um que realmente funcionasse, eu perderia o emprego, droga!

Até aqui, o livro até que é divertido, mas depois que Edwin, seu chefe e um outro autor passam a perseguir Tupak Soiree para saber sua identidade real e o que está por trás de O que aprendi na montanha, comecei a ficar entediada e tive a sensação de que o autor não sabia mais que rumo dar à história. As piadinhas também começaram a cansar.

Apesar de não ter me empolgado durante toda a leitura, o livro vale a pena por todas as tiradas e comentários irônicos feitos a respeito da indústria editorial, de livros de autoajuda e de pessoas que consomem esse tipo de livro. Faz rir, mas também faz pensar um pouco.

Como foi o concurso para assistente editorial das Edições SESC...

No domingo passado (6 de julho), fui fazer um "concurso" para a vaga de assistente editorial das Edições SESC. A rigor, não sei se pode ser chamado de "concurso", pois o SESC é uma empresa privada, mas o formato do processo seletivo é bem semelhante a um concurso e é válido por dois anos (quem for selecionado pode ser chamado dentro desse período máximo).

Primeiro, me inscrevi para a vaga por meio deste site. A primeira etapa consistia na análise dos currículos para ver se os candidatos atendiam às exigências básicas, que, se não me engano, eram ter curso superior em qualquer área e experiência  de no mínimo seis meses como tradutor, preparador de texto, revisor ou assistente editorial. Quem fosse selecionado nessa primeira etapa, passaria para as próximas.

Algum tempo depois, recebi e-mails sobre as etapas seguintes, que consistiriam em:

- Etapa 2 - prova de "conhecimentos gerais e específicos", com alternativas;

- Etapa 3 - prova escrita de tradução, preparação e revisão de texto;

- Etapa 4 - prova de redação sobre um tema específico relacionado à publicação.

Essas etapas aconteceram no último domingo, na Universidade Estácio, perto da estação de metrô Saúde, zona sul de São Paulo. 

Para a prova de tradução, foi liberado o uso de dicionário monolíngue (inglês, francês ou espanhol), então levei o meu Webster's na mochila...

É do tamanho do Houaiss... :o)

Cheguei no local da prova umas 9h10, fui procurar meu nome em listas afixadas em uma parede (calculo que, no total, havia 1.500 nomes nas listas, mas como faltou um tanto de gente, chuto que umas mil pessoas estavam lá) e depois fui para a sala - como havia só um acesso para as salas, por uma escada, a entrada estava meio tumultuada. A prova estava programada para começar às 9h30, mas só começou às 10h40. Provavelmente porque não havia pessoal suficiente para conferir se todos os dicionários dos candidatos eram monolíngues. Um dicionário de uma garota da minha sala não pôde ser usado (vi que era um de espanhol chamado Señas). Então a prova foi das 10h40 até 14h40, porque a duração máxima era de quatro horas. Se eu soubesse que ia demorar tanto, teria levado um livro. O monitor que estava na sala disse que nunca tinha visto um atraso desses. Nem eu.

Observei os outros candidatos e a maioria parecia estar na mesma faixa etária que eu (vinte e tantos ou trinta e poucos). Um ou outro era um pouco mais velho que isso.

A prova não estava "difícil", mas era bastante trabalhosa. É bom porque já testa a paciência e resiliência do candidato também (algumas pessoas que estavam na minha sala saíram depois de uma hora e meia, duas horas de prova). A mais simples era a de conhecimentos gerais, com alternativas - eram 25 questões no total, e depois precisávamos passar as respostas para a folha de gabarito. Lembro de algumas questões, por exemplo, quem fundou a Companhia Editora Nacional, qual a ordem de organização de um livro (folha de rosto, índice, sumário etc.), quem foi o maior crítico da Semana de 1922, uma pergunta sobre teatro, incluindo Augusto Boal, uma pergunta sobre cinema sobre filmes do Eduardo Coutinho, uma pergunta sobre quem não havia se apresentado no SESC (sendo que algumas opções eram Pina Bausch e Kazuo Ohno) e outra com um trecho de um livro de sociologia/antropologia que deduzi ser do livro Raízes do Brasil, do Sérgio Buarque de Holanda. Eu achava que nessa prova haveria perguntas mais "técnicas", sobre formato de livros, diagramação e tal, embora eu não tenha estudado nada e não saberia muito sobre isso.

As provas de preparação de texto, revisão e tradução (Etapa 3) foram as mais trabalhosas e cansativas. Na prova de preparação, foi preciso grifar tudo que seria alterado e, na folha seguinte, passar a limpo todo o texto já com as intervenções (eu quis morrer), a de revisão até que foi "normal", bastava fazer as intervenções (com marcas de revisão) no texto digitado. A de tradução estava razoavelmente tranquila,  o duro era o tempo que levava para passar o texto traduzido a limpo na folha de resposta.

A prova de redação foi sobre "direitos autorais" e devo ter feito em 40 minutos, porque deixei para fazer por último. Boa não ficou, mas pelo menos consegui escrever entre 25 e 40 linhas.

Sinceramente, não sei se conseguirei passar para a próxima etapa, porque minha redação ficou meio caótica. Conseguiria escrever algo melhor se tivesse mais tempo e menos cansaço. No entanto, só pela experiência, já valeu. Nunca imaginei que pudesse existir concurso para assistente editorial...

Os candidatos que passarem dessas fases (o resultado sai daqui a umas três semanas, no site), serão chamados para fazer uma entrevista (Etapa 5) e, quem passar dessa fase, passará por uma "avaliação de perfil" (Etapa 6), com atividades individuais ou em grupo. 

Me inscrevi para ver no que dava, porque, para dizer a verdade, estou satisfeita com o meu trabalho atual, não estou desesperada para sair nem nada. A única coisa que me incomoda é o tempo que levo para ir e voltar todos os dias (dá quase quatro horas; dependendo do dia e do trânsito, mais que isso); eu durmo e leio nesse tempo, mas, mesmo assim, é cansativo. Meu sonho seria ter um trabalho que ficasse perto o suficiente da minha casa para poder ir e voltar a pé. Ficando até uma hora de caminhada da minha casa seria "perto". Mas isso é querer demais, eu sei. Então, no médio prazo, eu só quero um trabalho um pouco mais perto de casa mesmo.

Se eu passar para as próximas etapas, depois eu conto. ;)

Para quem estiver lendo este post e também tiver feito a prova, boa sorte!

domingo, 13 de julho de 2014

Cursos - Universidade do Livro - julho e agosto/2014

Preparação e revisão: o trabalho com o texto - julho 2014

Carga Horária: 12 horas
Data: 15 a 18 de julho de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 14/07/2014 ou enquanto houver vagas.
Valor: R$ 495 ou R$ 396 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui


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O 'passo a passo' da produção editorial: acompanhamento dos trabalhos de edição do livro - julho 2014
Carga Horária: 12 horas
Data: 21 a 24 de julho de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 20/07/2014 ou enquanto houver vagas. 
Valor: R$ 495 ou R$ 396 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.


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Como montar e manter uma pequena editora - julho 2014

Carga Horária: 9 horas
Data: 29 a 31 de julho de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 28/07/2014 ou enquanto houver vagas. 
Valor: R$ 488 ou R$ 391 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.

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Avaliação de dicionários - agosto 2014

Carga Horária: 12 horas
Data: 05 a 08 de agosto de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 04/08/2014 ou enquanto houver vagas.
Valor: R$ 495 ou R$ 396 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.

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Indesign 6 básico para iniciantes - agosto 2014

Carga Horária: 24 horas
Data: 12 a 14 de agosto de 2014
Horário: 09h as 18h
Inscrições até: 11/08/2014 ou enquanto houver vagas.
Valor: R$ 1.367 ou R$ 1.093 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.

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O mercado de trabalho das editoras - agosto 2014

Carga Horária: 9 horas
Data: 18 a 20 de agosto de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 17/08/2014 ou enquanto houver vagas. 
Valor: R$ 488 ou R$ 391 (para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial) 

Mais informações aqui.

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Virando a página: mudanças no negócio editorial e transformações na publicação de conteúdos - Formação a Distância

Carga Horária: 30 horas
Data: 10 de setembro a 12 de novembro de 2014
Inscrições até: 04/09/2014 ou enquanto houver vagas. 
Valor: R$ 345

Mais informações aqui.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Vaga para analista de produção de texto - Yendis Editora

A Yendis Editora está contratando analista de produção de texto. O candidato deve ter formação em ensino superior completo em Letras ou Produção Editorial e inglês - nível intermediário. A vaga é para a cidade de São Caetano do Sul (SP). Faixa salarial de R$ 2 mil. Interessados devem enviar currículo para nathalia@yendis.com.br.

Informações publicadas originalmente aqui.

Vaga para Assistente Editorial - Edições SESC

Trata-se de um concurso para a vaga e o período de inscrições vai das 13h do dia 03/06/2014 às 13h do dia 10/06/2014.

O salário é de R$ 5.574,00.

Para ler mais informações, clique aqui.

Obrigada, Tene, pelo aviso sobre essa vaga! ;)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Para você que quer ser um publisher... veja este curso!

A FORMAÇÃO DE UM PUBLISHER


Da edição à administração do negócio do livro


 Com Pedro Almeida


2, 3, 4 e 5 de junho em São Paulo
17h30 às 21h30
Livraria Martins Fontes – Av Paulista, 509

O curso
Este curso visa fornecer informações, conhecimentos, experiências para que pessoas que tenha atuação numa área da cadeia de produção do livro possam conhecer o negócio como um todo. Visa ampliar o olhar do editor de textos, do administrador, do controller, do financeiro, do comercial e marketing sobre todas as fases do trabalho, com o objetivo de preparar os profissionais para gerir suas atividades com uma visão 360º do negócio e permitir a gestão de áreas fora de sua especialização.

O professor
Pedro Almeida é jornalista e professor de literatura, com curso de Marketing pela Universidade de Berkeley. Experiência profissional de 20 anos atuando na gestão de editoras de pequeno e médio porte, e de Publisher, em editoras de grande porte, nas áreas de ficção, não-ficção e auto-ajuda. Foi o editor de alguns dos grandes bestsellers brasileiros, dentre eles Marley e Eu (Prestígio/Ediouro), Nicholas Sparks e Emily Giffin (Novo Conceito) e Sylvia Day (Lafonte). Escreve mensalmente para o Publishnews, na coluna ‘Leia antes de ver’, sobre o mercado editorial.

Apresentação de cases pelos convidados:
Agnaldo Lima é gerente de projetos na Editora Forense/GEN e professor do programa de MBA em Marketing na PUC/COGEAE. Tem mais de 20 anos de experiência profissional nas áreas de marketing e relacionamento com o cliente. Autor de diversos artigos em publicações especializadas.

Mariana Roilier é editora e publisher. Há treze anos atuando no mercado editorial, trabalhou em grandes editoras como Ediouro, Leya e Planeta, e fundou a Única Editora, parceria com a Editora Gente para livros de ficção.  Hoje, Mariana é editora executiva da Rocco. Seu foco são livros comerciais, ficção, fantasia e literatura e referências de cultura pop e entretenimento.

Conteúdo – carga horária 16 horas/aula
A atividade editoria
  • O editor e suas funções
  • O Publisher e suas múltiplas funções
  • Diferenças, funções e motivos para se tornar Publisher.
  • Capacidades, avaliação pessoal, habilidades e colaboradores-chave
  • Porque o editor precisa sair do escritório
  • Habilidades Integradas: noções de administração, jurídico (contratos), legislação, marketing, publicidade e produção gráfica
Integração marketing e comunicação
  • Como editorial e marketing podem funcionar juntos
  • Modelo de trabalho e alternativas de integração
  • Comunicação, imprensa, estratégias (cases)
Integração marketing e comercial
  • Como comercial e marketing podem funcionar juntos
  • Estratégia, definição de mensagem, campanha
  • Briefing, releases, contato direto, abordagem, reflexão
  • Participação de Agnaldo Lima da empresa Pé de Lima - case comercial
O caminho do sucesso: soluções integradas e a missão editorial
  • Marketing – Promoção: do básico ao inovador, e redes sociais
  • Participação de Mariana Rolier – cases de estratégias de marketing.
  • Marketing Pessoal  e Conclusão.

Investimento
R$721,00 – até dia 19/05
R$781,00 – após dia 19/05 – pagamento deve ser feito até dia 27/05
2 x R$390,50 – Primeiro pagamento até 20/05 – segundo pagamento para 05/06

Inscrições
Clique aqui e faça sua inscrição
ou curso@publishnews.com.br
O simples envio da ficha não garante seu lugar no curso. É necessário o pagamento para que que sua inscrição seja finalizada.

Publicado originalmente no Blog do PublishNews.


***

Não conheço o Pedro Almeida pessoalmente, mas me simpatizo muito com ele por alguns motivos:

1. Como eu, ele parece ser muito fã de cinema e escreve uma coluna no PublishNews relacionando filmes/cinema ao mundo editorial, que eu adoro (ver aqui), e também mantém este blogue. Pelo blogue dá para deixar comentários sobre os posts - e eu já deixei alguns!

2. Ele deu uma entrevista para o Carlo Carrenho, diretor-geral do PublishNews, e falou um pouco sobre a carreira dele e sobre várias coisas relacionadas ao mundo dos livros. Assisti à entrevista na época em que ela foi ao ar e não lembro de tudo que ele disse, mas lembro que ele contou que passou pela Editora Madras (eu também comecei lá =D) e uma coisa muito legal: ele comentou que uma assistente dele chamou a atenção para o livro Marley e eu, ele acabou gostando e os direitos de publicação no Brasil foram comprados (e o livro foi/é um grande sucesso). Ele deu os créditos para a pessoa, ou melhor, compartilhou o mérito com ela, e não disse: "Então EU encontrei o livro, EU achei que seria bom publicá-lo e EU fui o responsável por todo o sucesso dele", como muitos editores costumam fazer. Só por isso tenho a impressão de que ele é uma pessoa muito bacana. Ah é, o vídeo com a entrevista pode ser visto aqui. (Vou aproveitar para rever; dá para aprender um monte só com o que ele diz ali.)

3. Tem bastante experiência e propriedade para falar sobre o mundo editorial e atualmente é um dos sócios da Faro Editorial.


O Pedro Almeida é uma das pessoas com quem eu gostaria de trabalhar futuramente. Tenho a impressão de que conseguiria aprender bastante com ele. [É, admiro algumas pessoas do meio editorial e fico imaginando que seria bom trabalhar com elas, para absorver um pouco do conhecimento que elas têm e que poderiam compartilhar comigo.]

Programa Formativo para Tradutores Literários 2014-2015

O quê?  Programa Formativo para Tradutores Literários 2014-2015
Quando? Inscrições de 5 a 30 de maio de 2014 (mais informações no fim do post). Os candidatos selecionados poderão participar do programa oferecido entre agosto de 2014 e abril de 2015
Onde? Casa Guilherme de Almeida  - Rua Macapá, 187 – CEP 01251-080 – São Paulo / SP
Quanto? Grátis
Site oficial: clique aqui

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O Centro de Estudos de Tradução Literária da Casa Guilherme de Almeida completou, em abril de 2014, a primeira realização de seu Programa Formativo de Tradutores Literários, iniciado em agosto de 2013. Trata-se de um conjunto de cursos e atividades sobre o fazer tradutório que visa a colaborar com a preparação de profissionais da área. As inscrições para o processo seletivo referente ao novo ciclo do Programa, a ser realizado de agosto de 2014 a abril de 2015, estarão abertas a partir de 5 de maio de 2014.

O Programa Formativo para Tradutores Literários permite que o inscrito defina o seu próprio currículo com base na oferta de cursos, oficinas e eventos especiais e temáticos oferecidos pela Casa. As inscrições e todas as atividades são gratuitas.

As modalidades de eventos a comporem o Programa são as seguintes:

CURSO DE TEORIA DA TRADUÇÃO (terças-feiras, das 19h às 21h, em frequência semanal)

Esta atividade contínua apresentará, em módulos subsequentes, diferentes abordagens teóricas sobre a tradução literária, revelando a diversidade de concepções sobre a tarefa do tradutor e de propostas para a tradução de uma obra de um idioma para outro.

CURSO DE HISTÓRIA DA TRADUÇÃO LITERÁRIA (quintas-feiras, das 19h às 21h, em frequência semanal)

Composto de diversos módulos ao longo do ano, este curso contínuo se propõe a dar um panorama diacrônico da tradução literária, abordando momentos históricos de relevância para a reflexão tradutória.

OFICINAS DE TRADUÇÃO DE POESIA (sábados, das 10h às 13h e/ou das 14h às 17h, em frequência quinzenal)

Os inscritos serão convidados a elaborar a tradução de poemas sob orientação do ministrante, também responsável pela definição de parâmetros teóricos e práticos que servirão de base para o trabalho dos participantes.

OFICINAS DE TRADUÇÃO DE PROSA (sábados, das 10h às 13h, em frequência quinzenal) 

Os inscritos se propõem a elaborar a tradução de textos literários em prosa sob orientação da ministrante, também responsável por definir parâmetros teóricos e práticos como base para o trabalho dos alunos.

PALESTRAS OU CURSOS BREVES SOBRE TEMAS DE LITERATURA, TRADUÇÃO LITERÁRIA E INTERSEMIÓTICA (às quartas ou sextas-feiras, das 19h às 21h, em frequência irregular)

Aspectos teóricos e práticos da criação e da recriação literária, leitura e cotejo de traduções, perfis de escritores e tradutores específicos, abordagem de obras literárias em diferentes traduções e adaptações para outras linguagens são alguns dos enfoques das atividades a serem oferecidas nestes encontros ocasionais.

PALESTRAS DA SÉRIE “CRÍTICA COMO TRADUÇÃO” (quartas-feiras, das 19h às 21h, em frequência irregular)

A abordagem da crítica de literatura e de arte como uma forma de tradução norteia esta série de palestras mensais com diferentes ministrantes.

APRESENTAÇÃO: “LIVRO FALADO” (quartas-feiras, das 19h às 21h, em frequência irregular)

O autor de uma tradução recém-publicada ou a ser publicada apresenta, numa entrevista pública, os desafios impostos pela obra original e seu processo de trabalho. O evento também visa a apresentar livros de literatura estrangeira recém-lançados em tradução, bem como a delinear o perfil do tradutor convidado.

TRANSFUSÃO – IV ENCONTRO DE TRADUTORES DA CASA GUILHERME DE ALMEIDA (de 4 a 7 de setembro de 2014)

Este evento anual, geralmente realizado no mês de setembro, reúne escritores, tradutores e pesquisadores de literatura, brasileiros e estrangeiros, em uma reflexão conjunta sobre a atividade da tradução literária, com destaques temáticos que variam de edição para edição.

PRÉ-REQUISITO PARA INSCRIÇÃO NO PROCESSO DE SELEÇÃO DO PROGRAMA FORMATIVO PARA TRADUTORES LITERÁRIOS  2014-2015

Compreensão de textos em uma língua estrangeira, em nível suficiente para a prática da tradução a partir do idioma escolhido.

PROCESSO DE SELEÇÃO 

O currículo do candidato e a justificativa de seu interesse em cursar o Programa, a constar da ficha de inscrição, serão os critérios básicos de seleção.

COMPOSIÇÃO DA GRADE CURRICULAR 

Os inscritos deverão cumprir:
  • Um mínimo de 156 horas-aula nos cursos de Teoria da Tradução e de História da Tradução (compostos de três módulos cada um), na Oficina de Tradução de Prosa e na(s) Oficina(s) de Tradução de Poesia (atividades contínuas).

  • Um mínimo de 32 horas em palestras ou eventos pontuais sobre tradução literária (além disso, exige-se a participação no evento anual TRANSFUSÃO.)

  • Entrega de uma tradução individual comentada, no contexto da(s) Oficina(s) de Tradução de Poesia ou no contexto da Oficina de Tradução de Prosa. A tradução, a ser definida junto aos ministrantes das oficinas, será acompanhada de uma breve apresentação da concepção tradutória e dos procedimentos utilizados para sua elaboração.

  • Entrega da resenha de uma obra literária traduzida recém-publicada, no contexto do curso de Teoria da Tradução. O texto crítico deverá revelar critérios de apreciação da tradução literária abordados nos cursos do Programa Formativo.

Para quem cumprir os quesitos apresentados, será emitido um Certificado de Conclusão do Programa. Os alunos podem completar os números mínimos das diversas atividades em mais de um ciclo do Programa Formativo, ou seja, quem não puder frequentar todas as atividades no ciclo de 2014-2015, poderá completar as horas cursadas no ciclo seguinte, de agosto de 2015 a abril de 2016. A frequência mínima para reconhecimento dos créditos do curso frequentado é de 75%

INSCRIÇÕES
As inscrições poderão ser feitas de 5 a 30 de maio de 2014. O formulário preenchido, acompanhado do currículo do candidato, poderá ser entregue pessoalmente na Casa Guilherme de Almeida (Rua Macapá, 187 – CEP 01251-080 – São Paulo / SP), ou enviado por correio, para o mesmo endereço, ou, ainda, via e-mail, para o endereço eletrônico casaguilhermedealmeida@gmail.com.       

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Preparação e revisão: o trabalho com o texto - maio 2014 (curso)

Carga Horária: 12 horas
Data: 26 a 29 de maio de 2014
Horário: 18h as 21h
Inscrições até: 25/05/2014 ou enquanto houver vagas.
Valor: R$ 495 e R$ 396 (valor exclusivo para estudantes e profissionais da Unesp e do mercado editorial)
 
Local
A Universidade do Livro funciona no prédio da Fundação Editora da UNESP (FEU) - Praça da Sé, 108, Centro - São Paulo, SP – CEP: 01001-900 - Esquina com a Rua Benjamin Constant – Metrô Sé.

Público Alvo
Copidesques, revisores, assistentes editoriais, estudantes de letras, tradutores, escritores, bibliotecários e demais interessados.

Conteúdo
O trabalho do preparador de textos/copidesque e sua prática dentro de uma editora. As técnicas desenvolvidas no copidesque e na revisão de provas. Padronização e uniformização de critérios de revisão. Os limites de intervenção do copidesque e do revisor visando ao aprimoramento do texto.

Objetivos
Conhecimento e desenvolvimento da prática de preparação/copidesque e revisão de textos para publicação. Apresentação e discussão de técnicas de trabalho com o texto. Proporcionar uma discussão do trabalho do copidesque/revisor.

Docente
Ibraíma Dafonte Tavares
Formada em Letras, atua no mercado editorial desde 1988. Começou sua carreira no Círculo do Livro, trabalhou como tradutora e preparadora autônoma e durante três anos coordenou alguns canais de conteúdo da AOL Brasil. Atualmente é editora executiva da Editora Alaúde, que publica livros de não ficção, e de seu selo de literatura, o Tordesilhas.

Link para Universidade do Livro, clique aqui.

Vaga para assistente de Direitos Autorais

Geração Editorial tem uma vaga para o cargo para trabalhar em São Paulo
 
A Geração Editorial contrata assistente de Direitos Autorais para trabalhar em sua sede em São Paulo. O candidato selecionado vai analisar e formular contratos com novos autores/colaboradores, enviar e controlar contratos, prestar contas dos direitos autorais, controlar pagamentos de adiantamentos, atender autores e agentes nacionais e internacionais, solicitação de cotas de autores e agentes, além de fazer pagamentos, organizar arquivos e documentação referente aos livros. A editora exige curso superior completo, conhecimentos em pacote Office e SGE/Doble, além de experiência na área editorial. A contratação é para início imediato. O currículo deve ser enviado para editorial2@geracaoeditorial.com.br.
 
Link original aqui.

Book Publishing: os bastidores do livro (curso)

O funcionamento, as práticas e as tendências digitais da indústria do livro, e como a edição pode ser um bom negócio com Carlo Carrenho.

Quando: 26/05/2014-29/05/2014 - das 19h30 às 22h30
Carga horária: 12 horas
Onde:
Cemec: Rua Prof. Frontino Guimarães, 302 - Vila Mariana - São Paulo (SP).
* próximo ao metrô Vila Mariana

Inscrição

Valor do Investimento: 
  • Até 07 de maio de 2014: 3 x R$ 186,00 (cento e oitenta e seis reais) = Total: R$ 558,00 
  • A partir de 08 de maio de 2014: 3 x R$ 208,00 (duzentos e oito reais) = Total: R$ 624,00

Formas de pagamento via Pagseguro:
  • À vista no boleto bancário ou débito online em conta.
  • Parcelado em até três vezes sem juros nos cartões de crédito.

Vagas limitadas:
  • Máximo de 26 alunos em sala.
  • Ambiente propício para networking e geração de negócios colaborativos.
  • Certificado de conclusão.

 

Mais Informações

11 5082-2111 | atendimento@redecemec.com
 

domingo, 4 de maio de 2014

Observações de uma tradutora e revisora free-lance

Além de trabalhar internamente como assistente editorial em uma editora de livros, às vezes também presto serviços de tradução e revisão free-lance para outras editoras. (Trabalho free-lance é quando você trabalha para alguma empresa ou pessoa, mas não tem vínculo empregatício com ela. O pagamento é feito por trabalho.)

Nos últimos anos, tenho investido mais nesses trabalhos free-lance, porque gosto muito de trabalhar com texto, porque estou juntando dinheiro para fazer alguns cursos de aprimoramento (depois que terminar o MBA, quero fazer um curso livre de design gráfico) e viajar para o exterior (estou pesquisando para ver se consigo aliar estudo e lazer) e também porque isso tem a ver com meus objetivos profissionais de longo prazo, que são: me tornar tradutora literária e editora de literatura estrangeira.

Sinto que o fato de trabalhar como assistente editorial (e, às vezes, já como editora mesmo) me ajuda a traduzir e revisar melhor; consigo ter uma visão mais ampla, pois tenho em mente todo o processo de produção do livro. E também acontece o contrário, ao traduzir ou revisar, consigo sentir na pele o que é ser free-lancer, como é estar "do outro lado do balcão", quais são as dificuldades, irritações e satisfações de se trabalhar dessa forma e me conscientizo do que não devo fazer. De quebra, consigo ter uma noção sobre o funcionamento das editoras com que trabalho.

Todas as editoras e editores têm formas próprias de trabalhar, isso não é novidade. No entanto, algumas editoras e alguns editores me passam a impressão de serem mais profissionais ou organizados ou confusos que outros. Gosto de trabalhar mais com algumas editoras que com outras (e isso não tem necessariamente a ver com o valor que pagam pelo trabalho; a questão é mais subjetiva).

Há algum tempo listei mentalmente alguns pontos ou algumas características de editoras com que já trabalhei ou trabalho e como me sinto em relação a alguns procedimentos editoriais. Vamos ver se me lembro de tudo (caso você trabalhe na área, talvez se identifique com alguns pontos):

1. Propõe um teste de tradução ou revisão com prazo de entrega de uma semana, mas nunca dá retorno ou demora meses ou até anos para fazer isso.
Nível de irritação: 9
Impressão sobre a empresa: bagunçada
Impressão sobre compromisso com colaboradores: muito baixo

2. Não responde e-mails com dúvidas sobre o trabalho ou demora tempo demais para fazer isso. Também não atende nem retorna ligações.
Nível de irritação: 10
Impressão sobre a empresa: "para que a pressa? no fim tudo dá certo."
Impressão sobre compromisso com colaboradores: muito baixo

3. Não dá todas as informações básicas necessárias para o free-lancer avaliar se consegue assumir o trabalho ou não (número de páginas/laudas a traduzir ou revisar, prazo de entrega, valor a ser pago, prazo de pagamento, requisitos para a execução do trabalho em questão). Só envia um e-mail curto perguntando se o free-lancer pode fazer um "trabalho rápido e tranquilo".
Nível de irritação: #*&$@!!
Impressão sobre a empresa: "devem fazer isso só para me irritar"
Impressão sobre compromisso com colaboradores: nenhum, né?

4. Logo no primeiro e-mail, já envia todas as informações e instruções sobre o trabalho a ser feito, mesmo que o free-lancer depois avise que não poderá assumir o trabalho.
Nível de amor: 100%
Impressão sobre a empresa: profissional
Impressão sobre compromisso com colaboradores: 10

5. Não paga o free-lancer na data combinada, mesmo que ele tenha entregue o trabalho no prazo. Obriga o free-lancer a ficar enviando vários e-mails e telefonando para saber quando vão fazer o pagamento. (Por sorte, nunca tive esse tipo de problema, mas tenho amigos que já tiveram.)
Nível de irritação: 10
Impressão sobre a empresa: Administrativa e financeiramente desorganizada, e talvez um pouco mau caráter. "Daqui a pouco vai à falência."
Impressão sobre compromisso com colaboradores: 0

6. Paga vários dias antes da data combinada.
Nível de amor: 100%
Impressão sobre a empresa: bastante atenciosa
Impressão sobre compromisso com colaboradores: 1000%

7. No caso de tradução de livro, solicita assinatura do contrato com firma reconhecida em cartório.
Nível de irritação: sem irritação (é praxe as editoras pedirem firma reconhecida para contratos de tradução, acho que para se prevenirem em casos de plágio de tradução posteriormente, ou seja, caso o tradutor tenha copiado a tradução do mesmo título já publicado por outra editora - em geral há uma cláusula do tipo: "O contratado assume a responsabilidade pela originalidade da tradução...")
Impressão sobre a empresa: normal
Impressão sobre compromisso com colaboradores: ---

8. No caso de revisão de livro, solicita assinatura do contrato com firma reconhecida em cartório.
Nível de irritação: 7 (todos amamos burocracia e temos tempo de sobra para perder na fila do cartório, certo?)
Impressão sobre a empresa: burocrática / tem bastante tempo e pessoal para perder com burocracias
Impressão sobre compromisso com colaboradores: ---

9. Envia o livro com que trabalhei logo depois da publicação.
Nível de amor: 100%
Impressão sobre a empresa: atenciosa com funcionários e colaboradores
Impressão sobre compromisso com colaboradores: muito positiva

10. Envia uma proposta indecente: traduzir 400 páginas em 30 dias ou revisar 500 páginas em uma semana, com valor/lauda ou valor/página abaixo da média.
Reação: sem reação
Impressão sobre a empresa: exploradora; "também devem contratar mão de obra infantil para trabalhar 16 horas por dia em troca de refeição e moradia"
Impressão sobre compromisso com colaboradores: rá!

11. Envia e-mails da empresa muito depois das 18h ou em domingos e feriados.
Nível de irritação: em geral, não me irrita/ não me importo
Impressão sobre a empresa: não deve ser tão organizada; faz os funcionários ficarem até depois do horário normal/ os funcionários precisam fazer hora extra para cumprir prazos de publicação porque não há pessoal suficiente; "será que os funcionários levam colchonete para dormirem lá e não perderem tempo?"
Impressão sobre compromisso com colaboradores: neutra

12. Não dá os devidos créditos para o tradutor, preparador, designer, revisor, editor, capista etc.
Prefiro nem comentar.

[Acréscimo inserido no dia 13/5/14: lembrei de uma vez, há alguns anos, em que uma editora me enviou testes por e-mail e, depois que eu fizesse, deveria imprimir e enviar por correio. Em pleno século XXI - pelo menos esse é o século em que eu vivo, não sei o século em que eles estão vivendo. Fui lá e fiz para ver no que ia dar. E essa editora nunca me deu resposta. Deve ter sido tragada e devorada pelo Monstro Retrógrado... Bom, pelo menos até agora nunca me pediram para enviar teste por FAX, por enquanto.]

Duas coisas muito positivas que aprendi enquanto free-lancer (com empresas diferentes): é possível se cadastrar na prefeitura como MEI (microempreendedor individual) para emitir notas fiscais - esse tipo de cadastro não exige burocracias e paga-se apenas uma taxa fixa por mês (em torno de R$ 40 atualmente), embora seja válida apenas para alguns tipos de profissões - fiz o meu cadastro como "editor de livros". A segunda coisa positiva é que soube que a nova versão do Adobe Reader (versão XI) possui ferramentas de revisão de texto, o que é bastante prático para revisar livros já diagramados e que estão em PDF.

E o ponto positivo geral de se trabalhar com várias empresas diferentes é que, às vezes, algumas fazem exigências ou dão instruções diferentes umas das outras que depois podem ser aplicadas no trabalho que faço internamente ou mesmo para trabalhos em outras empresas (quando estas não têm critérios definidos).

Hoje em dia, eu não conseguiria trabalhar apenas como free-lancer - tanto pela insegurança financeira quanto pela sensação de que não estou evoluindo tanto quanto gostaria ou poderia profissionalmente. Gosto e preciso desse dinamismo de ir absorvendo aprendizados de várias fontes para, aos poucos, ir aplicando e aprimorando minha forma de trabalhar.