segunda-feira, 14 de julho de 2014

Como foi o concurso para assistente editorial das Edições SESC...

No domingo passado (6 de julho), fui fazer um "concurso" para a vaga de assistente editorial das Edições SESC. A rigor, não sei se pode ser chamado de "concurso", pois o SESC é uma empresa privada, mas o formato do processo seletivo é bem semelhante a um concurso e é válido por dois anos (quem for selecionado pode ser chamado dentro desse período máximo).

Primeiro, me inscrevi para a vaga por meio deste site. A primeira etapa consistia na análise dos currículos para ver se os candidatos atendiam às exigências básicas, que, se não me engano, eram ter curso superior em qualquer área e experiência  de no mínimo seis meses como tradutor, preparador de texto, revisor ou assistente editorial. Quem fosse selecionado nessa primeira etapa, passaria para as próximas.

Algum tempo depois, recebi e-mails sobre as etapas seguintes, que consistiriam em:

- Etapa 2 - prova de "conhecimentos gerais e específicos", com alternativas;

- Etapa 3 - prova escrita de tradução, preparação e revisão de texto;

- Etapa 4 - prova de redação sobre um tema específico relacionado à publicação.

Essas etapas aconteceram no último domingo, na Universidade Estácio, perto da estação de metrô Saúde, zona sul de São Paulo. 

Para a prova de tradução, foi liberado o uso de dicionário monolíngue (inglês, francês ou espanhol), então levei o meu Webster's na mochila...

É do tamanho do Houaiss... :o)

Cheguei no local da prova umas 9h10, fui procurar meu nome em listas afixadas em uma parede (calculo que, no total, havia 1.500 nomes nas listas, mas como faltou um tanto de gente, chuto que umas mil pessoas estavam lá) e depois fui para a sala - como havia só um acesso para as salas, por uma escada, a entrada estava meio tumultuada. A prova estava programada para começar às 9h30, mas só começou às 10h40. Provavelmente porque não havia pessoal suficiente para conferir se todos os dicionários dos candidatos eram monolíngues. Um dicionário de uma garota da minha sala não pôde ser usado (vi que era um de espanhol chamado Señas). Então a prova foi das 10h40 até 14h40, porque a duração máxima era de quatro horas. Se eu soubesse que ia demorar tanto, teria levado um livro. O monitor que estava na sala disse que nunca tinha visto um atraso desses. Nem eu.

Observei os outros candidatos e a maioria parecia estar na mesma faixa etária que eu (vinte e tantos ou trinta e poucos). Um ou outro era um pouco mais velho que isso.

A prova não estava "difícil", mas era bastante trabalhosa. É bom porque já testa a paciência e resiliência do candidato também (algumas pessoas que estavam na minha sala saíram depois de uma hora e meia, duas horas de prova). A mais simples era a de conhecimentos gerais, com alternativas - eram 25 questões no total, e depois precisávamos passar as respostas para a folha de gabarito. Lembro de algumas questões, por exemplo, quem fundou a Companhia Editora Nacional, qual a ordem de organização de um livro (folha de rosto, índice, sumário etc.), quem foi o maior crítico da Semana de 1922, uma pergunta sobre teatro, incluindo Augusto Boal, uma pergunta sobre cinema sobre filmes do Eduardo Coutinho, uma pergunta sobre quem não havia se apresentado no SESC (sendo que algumas opções eram Pina Bausch e Kazuo Ohno) e outra com um trecho de um livro de sociologia/antropologia que deduzi ser do livro Raízes do Brasil, do Sérgio Buarque de Holanda. Eu achava que nessa prova haveria perguntas mais "técnicas", sobre formato de livros, diagramação e tal, embora eu não tenha estudado nada e não saberia muito sobre isso.

As provas de preparação de texto, revisão e tradução (Etapa 3) foram as mais trabalhosas e cansativas. Na prova de preparação, foi preciso grifar tudo que seria alterado e, na folha seguinte, passar a limpo todo o texto já com as intervenções (eu quis morrer), a de revisão até que foi "normal", bastava fazer as intervenções (com marcas de revisão) no texto digitado. A de tradução estava razoavelmente tranquila,  o duro era o tempo que levava para passar o texto traduzido a limpo na folha de resposta.

A prova de redação foi sobre "direitos autorais" e devo ter feito em 40 minutos, porque deixei para fazer por último. Boa não ficou, mas pelo menos consegui escrever entre 25 e 40 linhas.

Sinceramente, não sei se conseguirei passar para a próxima etapa, porque minha redação ficou meio caótica. Conseguiria escrever algo melhor se tivesse mais tempo e menos cansaço. No entanto, só pela experiência, já valeu. Nunca imaginei que pudesse existir concurso para assistente editorial...

Os candidatos que passarem dessas fases (o resultado sai daqui a umas três semanas, no site), serão chamados para fazer uma entrevista (Etapa 5) e, quem passar dessa fase, passará por uma "avaliação de perfil" (Etapa 6), com atividades individuais ou em grupo. 

Me inscrevi para ver no que dava, porque, para dizer a verdade, estou satisfeita com o meu trabalho atual, não estou desesperada para sair nem nada. A única coisa que me incomoda é o tempo que levo para ir e voltar todos os dias (dá quase quatro horas; dependendo do dia e do trânsito, mais que isso); eu durmo e leio nesse tempo, mas, mesmo assim, é cansativo. Meu sonho seria ter um trabalho que ficasse perto o suficiente da minha casa para poder ir e voltar a pé. Ficando até uma hora de caminhada da minha casa seria "perto". Mas isso é querer demais, eu sei. Então, no médio prazo, eu só quero um trabalho um pouco mais perto de casa mesmo.

Se eu passar para as próximas etapas, depois eu conto. ;)

Para quem estiver lendo este post e também tiver feito a prova, boa sorte!

5 comentários:

  1. Oi, Vitor.

    Mês passado o SESC recebi uma mensagem do SESC informando que eu não tinha ficado entre os 30 primeiros classificados, então minhas provas dissertativas não seriam corrigidas. Se e quando necessário, essa correção seria feita, mas creio que é pouco provável.

    Você chegou a fazer a prova?

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    1. Não, mas estou em outro processo seletivo de lá, então estou naquela ansiedade maldita e típica rs

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  2. Oi Aline, tudo bem?
    Li um texto no seu blog que se chama "Então você quer se editor(a) de livros" e enviei um comentário. Voltei ao blog e você não havia respondido. Logo vi uma mensagem: "Iniciei um outro blogue apenas para assuntos editoriais - Aline in Bookland. Prefiram fazer comentários por lá (do que aqui), para que outros leitores possam comentar também. Obrigada."
    Então já que você escreve neste blog com mais frequência, resolvi copiar e colar meu comentário do outro blog:

    "Vou te contar um pouco da minha história kkk
    Eu sempre gostei muito de ler. Sou apaixonada por livros. Na hora de escolher o curso para o qual iria prestar o vestibular, fiquei na dúvida entre letras e biblioteconomia. Com medo de me tornar professora, resolvi fazer biblioteconomia mesmo, até porque a área é mais ampla.
    já estou no 5º período, na UFMG e sinceramente, há um tempo atrás ainda não sabia o que fazer depois de formada. Comecei a pesquisar e descobri que como bibliotecária posso trabalhar em uma editora. Com tanta área para se trabalhar, percebi que era a única coisa que realmente me interessa. Estou pensando em fazer estágio na Editora UFMG, pra ter uma noção de como funciona o trabalho de uma editora e finalmente decidir se é isso mesmo o que quero. Já pensei também em "puxar" matéria de outros cursos como, letras e jornalismo. E me especializar em Literatura Brasileira.
    Pesquisando um pouco mais sobre o assunto, acessei por acaso o seu blog e gostei muito. Esclareceu bastante algumas de minhas dúvidas. Lendo os comentários, você citou muito os cursos de letras e jornalismo, como os que mais facilitam na hora de conseguir um emprego em uma editora. Você acha que que como bibliotecária, e mesmo enriquecendo o meu currículo com essas matérias e a especialização eu posso conseguir um trabalho em uma editora?"

    Obrigada!
    Abraço.

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    1. Oi, Gisele!
      Creio que com a formação de bibliotecária você pode trabalhar em editoras, sim. Aliás, pessoas com qualquer formação podem trabalhar em editora. Citei Letras, Jornalismo e Editoração como principais cursos relacionados ao trabalho editorial, pois a maioria das pessoas são formadas nesses cursos. Mas também conheço pessoas formadas em Sociologia, Medicina, Tecnologia da Informação que trabalham com edição de livros. Muita coisa se aprende na prática, mas é bom ter um background que facilite o trabalho.
      Recomendo que você faça um estágio em alguma editora, sim, para saber se é isso que te agrada. Muita gente ama ler, mas nem todas se sentiriam à vontade ou estimuladas em trabalhar fazendo livros.

      Abraço.

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